O XXI Festival Literário “Poesia à Mesa” está de volta de 1 a 21 de março, e leva poesia aos restaurantes, às escolas, às fábricas, aos transportes, ao mercado e tantos outros espaços de São João da Madeira.
Carla Relva – coordenadora da Biblioteca de São João da Madeira, aquando a apresentação de imprensa ontem, na Biblioteca Municipal Dr. Renato Araújo (em S. João da Madeira), destacou alguns dos eventos que o Festival promove e cuja aceitação e adesão tem crescido ao longo dos anos, com envolvimento de cada vez mais grupos, associações, empresas e restaurantes. Tal é o caso do Concurso “Poesia na Corda”, que “veste” a cidade de estendais de poemas; a “Poesia na Fábrica” – lugar de suma importância como o comprova o Turismo Industrial, um conceito de turismo com cunho sanjoanense – com a artista Mariana Amorim; a “Poesia nos Restaurantes”, com performances de Mariana Amorim, Paulo Condessa e José Fanha, e a “Poesia no Autocarro”, pelo grupo de teatro Sériùs. Sem esquecer as já habituais receitas poéticas ou a tertúlia de poetas sanjoanenses.
Com o principal intuito de estimular as gerações mais novas para o gosto pela poesia, o Poesia à Mesa tem uma forte componente pedagógica e lúdica, tanto no evento “Poesia nas Escolas”, como na programação especial apresentada pelo Museu da Chapelaria. Um dos “trunfos” nessa conquista passa pela conversa e spoken word do poeta urbano Maze e a apresentação do álbum “Simbiose”, de Maze e Spock, no dia 9 de março, às 21h30.
Paulo Condessa, uma das vozes e rosto da “Peregrinação Poética” referiu o quão desafiador está a ser a conceção desta edição, pelo facto de que, à dissemelhança de todas as outras edições (com homenagem a seis poetas), a edição 2023 do Poesia à Mesa se associar às comemorações do Centenário de Nascimento de Eugénio de Andrade (19 de janeiro de 1923 – 13 de junho de 2005) e homenagear “apenas” este poeta português.
A este propósito, de referir que a cidade de S. João da Madeira irá receber a exposição A Raiz das Palavras, numa colaboração com a Câmara Municipal do Fundão, transformando março, nas palavras do Presidente da Câmara de Jorge Sequeira «o mês de Eugénio de Andrade em S. João da Madeira».
Quanto à Peregrinação Poética, a iniciativa continuará a contar com a participação de diversos grupos e associações locais, com seis palcos, cada um deles com um tema da obra de Eugénio de Andrade em destaque. O convidado especial desta edição será o ator Marcantonio Del Carlo e a iniciativa está agendada para sábado, dia 11 de março, pelas 16h00. «Um prime time que pode significar a possibilidade de mais visitantes e mais participantes», afirma Paulo Condessa.
José Fanha, ainda antes de apresentar o “Poetizando” ou o “Serão Poético”, sublinha «o prazer e orgulho de estar em S. João da Madeira ano após ano, para um acontecimento único e fantástico». No que diz respeito à programação, o “Poetizando”, uma «conversa informal» juntará, no dia 17 de março, pelas 21h30, José Fanha e Luís Castro Mendes. Por sua vez, o “Serão Poético”, no dia 18 de março, às 21h30, contará com a presença de João Gil.
A encerrar o festival, nota para a estreia nacional de “Branco de Neve – Dicionário para Eugénio de andrade – 100 palavras”, uma conferência-performance, com o escritor Gonçalo M.Tavares e Os Especialistas, no dia Mundial da Poesia (21 de março), pelas 21h30, na Casa da Criatividade.
Cristina Marques, dinamizadora de vários eventos culturais da cidade, como é exemplo a “Tertúlia dos Poetas Sanjoanenses”, agendada para o dia 16 de março , pelas 18h30, reforça o quão importante é o Poesia à Mesa para «neutralizar a correria dos dias» e termina a apresentação com a leitura de dois poemas de Eugénio de Andrade, “Toda a Poesia é Luminosa” e “Pequena Elegia Chamada Domingo”.
Nas palavras de Jorge Sequeira, citando o cantautor Sérgio Godinho «espalhem a notícia». Ei-la! Cabe também a cada um de nós (vós) fazê-lo!