São milhares de originais os que a Porto editora recebe todos os anos em busca de uma oportunidade para uma primeira publicação. Em 2012 o jornalista Paulo M. Morais, depois de tanto escrever para a Gaveta (o seu blog) decidiu, e bem, tentar a sua sorte. A qualidade e a pertinência da sua escrita foram os motivos para ter sido escolhido e passar a ser a nova aposta da Porto Editora.
Revolução Paraíso alterna entre a realidade e a ficção dos agitados dias da pós-revolução. Um romance que retrata um país que anseia por um novo rumo.
Enquanto nas ruas se decide o futuro de um país, na tipografia de Adamantino Teopisto vive-se um misto de enredo queirosiano, suspense de um policial e ternura de uma novela: com sabotagens, amores proibidos e cabeças a prémio; tudo num ambiente de revolução apaixonado. O rebuliço generalizado tem repercussões no alinhamento do jornal e no dia a dia das gentes de São Paulo e do Cais do Sodré. A revolução é o tópico das conversas nas tascas, nas ruas, no prédio da
Gazela Atlântica, contribuindo para o exacerbar das tensões latentes entre o patrão Adamantino e os funcionários. A vivacidade de uma estagiária, as manigâncias de um ex-PIDE foragido, os comentários de um taberneiro e as intromissões de um proxeneta e de uma prostituta agravam ainda mais a desordem ameaçadora que paira no ar. Nada foi igual na vida dos portugueses após a Revolução dos Cravos. Nada foi igual na vida da “família” Gazela Atlântica após o 25 de Abril.
Revolução Paraíso, de Paulo M. Morais, com 360 páginas, e à venda por 16,60 euros.
Texto de Sandra Dias