Reportagem de Elsa Furtado (Texto e Fotos), Alexandra Gil e Tânia Fernandes (Fotos)
[dropcap]P[/dropcap]arece um edifício do Estado, ou até mesmo uma casa nobre. Imponente, de cor amarela, edificado de enfiada com outros edifícios igualmente imponentes, todos com a mesma estrutura e a mesma cor, de traça pombalina. A Pousada de Lisboa destaca-se do restante conjunto edificado, classificado de Monumento Nacional, pela vida e movimento que a rodeiam.
O projeto, audacioso (custou cerca de 10 milhões de euros – revelou Gastão Costa – Responsável pelas Pousadas – aquando a inauguração) pretendeu devolver a vida e o esplendor a este velho edifício oitocentista, até há pouco tempo ocupado pelo Ministério da Administração Interna e pela Polícia de Segurança Pública.
Entregue ao grupo Pestana Pousadas de Portugal, esta nova Pousada promete ser um dos hotéis mais procurados da cidade, quer seja por quem quer visitar a Capital, ou pelos próprios lisboetas, que podem vir até aqui, para desfrutar deste museu informal e da vista para o rio. Ao todo, são cerca de 90 quartos, que se preparam para receber os hóspedes e contar novas histórias.
No seu interior, é impossível não ficar deslumbrado logo mal se entra à porta, lançando-nos a dúvida se estamos num museu ou num hotel. As serigrafias da autoria de Nadir Afonso estão paredes meias com peças antigas e outras obras de arte, algumas provenientes do Museu de Lisboa, onde estavam guardadas em armazém e foram restauradas ao encargo do grupo Pestana para agora poderem ser apreciadas pelo público, e outras, propriedade do próprio grupo hoteleiro.
A decoração esteve a cargo do arquiteto Jaime Morais, que apostou aqui em relembrar e homenagear a História do nosso país e algumas das suas figuras mais carismáticas, como D. Nuno Álvares Pereira, Camões ou Santo António. Destaque ainda para dois estandartes com os painéis de S. Vicente, que apenas foram usados no cortejo histórico de Lisboa 1947 e que nunca mais tinham sido usados, agora expostos no pátio interior; para as estátuas de Leopoldo de Almeida nos corredores; ou para os três bustos finalistas aquando o lançamento do concurso para o busto da República.
Os quatros são modernos, com linhas simples, onde reina os cinzas claros e o branco, com apenas alguns toques de cor. Também a simplicidade e a elegância impera nos corredores e restantes áreas públicas, apenas quebrada pelas obras de arte espalhadas por todo o edifício. Esplendoroso mesmo é o Salão Nobre no primeiro andar, com teto e paredes forrados a folha de ouro, e onde se encontra a mesa onde Salazar reunia com os ministros e onde nos podemos ofuscar com o lustre grandioso que cai do teto.
De forma geral, o ambiente é muito agradável e bastante convidativo, com o rio ali tão perto e a famosa “Luz de Lisboa” a entrar pelas janelas e clarabóias.
Para além dos já referidos 90 quartos, distribuídos pelas tipologias Classic, Superior, Deluxe, Duplex e Suítes, a Pousada dispõe ainda de uma piscina, spa, sala para eventos e salas de, reuniões, dois bares e naturalmente de um restaurante – O Lisboeta e uma esplanada, debaixo das icónicas e monumentais arcadas do Terreiro do Palo.
A Pousada de Lisboa foi inaugurada em junho deste ano, e o preço de uma noite varia muito, mas pode custar a partir dos 200 euros (já com pequeno almoço incluído), dependendo da tipologia e época do ano.
O Lisboeta – O Novo Hotspot Gastronómico da Baixa Pombalina
Chama-se Lisboeta, podem até dizer que o nome não tem nada de original para um restaurante que fica em Lisboa, em plena Baixa Pombalina, mas este não é um restaurante qualquer, o Lisboeta é o restaurante da Pousada do Terreiro do Paço, e é já um dos hotspots gastronómicos da Capital.
Com dois menus distintos, um para o almoço e outro para o jantar, e três espaços de refeição (esplanada, sala e pátio interior), a cozinha é da responsabilidade do Chefe Português Tiago Bonito (eleito Chefe do Ano em 2011), que tenta conciliar o que de melhor a nossa gastronomia tem, com algumas influências contemporâneas e internacionais, rematada com uma apresentação apelativa e cuidada.
Ao almoço, destaque para os pratos mais ligeiros, como uma deliciosa Salada tropical de frutas, espetada de gambas marinadas, aipo e nozes, um Caranguejo de Casca Mole panado em pão preto, ou o incontornável Bife à Lisboeta.
Se preferir só petiscar, é também uma boa decisão, pois as opções são muitas, desde os típicos Peixinhos da Horta (com molho de iogurte grego), aos ligeiramente picantes Camarões com Alho ou os Pimentos del Piquillo Marinados.
A rematar a refeição, as sobremesas também são muitas e irresistíveis, destaque para uma criação do chefe – O Pastel de Nata do Chef Tiago Bonito, ou agora no verão, Panacota de coco, tapioca de cenoura e maracujá – uma sobremesa leve e colorida.
Para acompanhar a refeição as opções são muitas, desde sumos naturais a vinho das diferentes regiões do país (a copo ou à garrafa), ou espumantes, para além é claro, das habituais águas, refrigerantes e cervejas.
Os preços variam entre os 10 e os 22 euros nos pratos, as entradas entre os 6 e os 12 euros, e as sobremesas entre 7 e 9 euros, por pessoa.
Para a noite a carta varia um pouco, com opções mais elaboradas e requintadas. Entre os pratos de carne destaque para o Porco de raça Alentejana, Pato ou Carne Maturada. No peixe, Robalo, Lavagante, Bacalhau de Cura Portuguesa ou Salmonete são algumas das opções. Nas sobremesas o destaque vai para o Soufflé ou o Ganache de Chocolate Negro.
Os preços dos pratos variam entre os 25 e os 30 euros e as sobremesas entre os 10 e os 12 euros, por pessoa.