Lisboa Rendida A Richie Campbell

Reportagem de Tânia Fernandes (texto) e António Silva (fotografia)

14 mil pessoas, de acordo com o próprio artista, quiseram saltar, dançar e cantar com Richie Campbell, esta sexta-feira, na Altice Arena. Para chegar ao palco do maior recinto fechado do país, o músico contrariou todas as regras estabelecidas: deu-se a conhecer na internet, sem a promoção de uma editora, cantou reggae e em língua inglesa. Foi uma noite de festa bem quente.

Foi um público muito jovem que compareceu à festa. Os mais velhos presentes, percebia-se que vinham a reboque da próxima geração. Certo é que todos se deixaram contagiar pela energia da música. Lisboa, o mais recente trabalho do artista, foi o mote da noite. A cidade multicultural, com a sua diversidade de sonoridades e influencias musicais foi retratada nesta mixtape, mostrando-nos que Richie Campbell tem capacidade para sair do reggae e ir até à música de Cabo Verde, ao ritmo de Angola, mas também se sente à vontade no R&B e no hip-hop, movimento de eleição dos presentes. Trouxe tudo isso para um espetáculo que durou cerca de duas horas.

Os primeiros sons que se ouviram foram de “Intro” do novo disco, para depois recuar a “Inna Jamaica”, tema que gravou com Mellow Mood. O ambiente continuou a aquecer com temas que todos conheciam: “Love is an Addiction”, “Get With You” e “Blame It on Me” que o próprio disse que tinha sido “a música que começou isto tudo”. Percebia-se a emoção de quem estava perante uma grande plateia, e estava disposto a agradecer toda a dedicação. “That’s How We Roll” trouxe um dos grandes coros da noite.

Os primeiros acordes de “Water” são reconhecidos por todos e a reação é efusiva. De tal forma, que Richie Campbell interrompe o tema para agradecer. Quando Slow J, o músico que com ele assina o tema, entra em palco, a Altice Arena volta a reagir com emoção. Foi um dos mais belos temas da noite, cantado a dois, com uma espécie de cenário estrelado de pequenas luzinhas.

“Better than today” chegou numa versão de piano, que ampliou a sua beleza e “Midnight in Lisbon”, com as imagens do videoclip projetadas nos ecrãs de fundo, outro dos pontos altos da noite.

Plutonio, fisicamente debilitado (com um pé partido) mas com grande atitude na postura, foi o segundo convidado da noite. Veio para cantar “Não Vales Nada” e “Eyes Open”.

Richie Campbell foi falando com o público, ao longo da noite. E antes de “Give Up” quis ensaiar o refrão. Afinal de contas, parece que esta é uma das músicas preferidas da mãe e, estando ela presente, não quis fazer má figura. Foi uma versão mais tropical, que nos chegou aos ouvidos, fazendo com que o corpo se agitasse ainda mais.

“Não imaginam como foi difícil chegar até aqui”. E explicou a perseverança com que apostou no que gostava de fazer. Bridgetown, a plataforma de artistas, da qual faz parte, foi nomeada vezes sem conta. Assim como o agradecimento aos artistas que alinham com ele neste projeto: Dengaz, Mishlawi, Curt Davis, Plutonio e DJ Dadda, entre outros. Os talentos do panorama artístico português são fonte de orgulho de Richie Campbell, que não hesita em promover.

Para a reta final e com muitos pedidos de pulos e braços no ar ficaram “Feelinf Amazing”, Best Friend” e “Do you no wrong”. À saída, cantarolavam-se refrões, tentando fazer frente ao vento frio.

“Midnight in Lisbon, and I need somebody…”

A primeira parte coube ao luso-americano Mishlawi. Fénomeno no Youtube é já bem conhecido do público presente na Altice Arena, que acompanhou “All Night”, “Always on my Mind”, “BooHoo” ou “Limbo”. Rima, canta e opta pelo diálogo em inglês, mas percebe-se que tem espaço para crescer em Portugal.

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