A peça mais violenta de Shakespeare apresenta-nos um homem, general romano, exemplo de virtude e bravura, ser vítima de uma sangrenta e maquiavélica campanha de crueldade. A razão? Quem subiu ao poder de Roma depois de ele ter recusado assumir esse cargo, tem agora contas a ajustar. Titus Andronicus deixa de ter Roma a quem servir. A sua pátria tem a cara da vingança e não está interessada no seu valor, na sua honra, nos seus sacrifícios. Para Titus, o rol de atrocidades a que é sujeito leva-o ao ponto em que a sua única saída é vestir a mesma máscara de barbárie que os carrascos da sua desgraça usaram, para depois apenas poder apenas morrer em paz.
A encenação e concepção é de David Pereira Bastos e a interpretação é de David Pereira Bastos, Miguel Raposo, Mónica Calle, Ricardo Vaz Trindade, Rui M. Silva, Telmo Bento e Ricardo Raposo. A música é ao vivo e está a cargo dos Slap – Hand to Hand (percussão mandinque), numa coprodução Maria Matos Teatro Municipal e Casa Conveniente.
David Pereira Bastos tem trabalhado como ator com Mónica Calle na Casa Conveniente, desde 2007. Aí encenou Como só agora reparo, a partir de Gaspar, de Peter Handke e Porque é que não estás contente?, a partir d’ A Gaivota, de Tchekov, considerada pelo jornal Público uma das melhores peças de teatro de 2009.
O espetáculo está em cena de 23 a 26 de Fevereiro, pelas 21h30. Os bilhetes são a 12 euros, com desconto são a 6 euros.
Texto de Clara Inácio