O primeiro dia de SBSR 2011 ficou marcado pela chegada (ou não chegada) ao recinto. O trânsito que se fez para entrar neste festival fez km’s de filas e com que muitos apenas ouvissem os concertos no rádio. Uma frustação já sentida no ano anterior voltou a repetir-se.Entradas no recinto à parte, depois das nossas quase 5 horas para chegar, finalmente conseguimos ver um concerto, tocava Tame Impala no palco secundário. Estes australianos mostram composições psicadélicas e uns acordes bem intensos, mostraram num fim-de-tarde como prender um público irritado e stressado por chegar ao festival. De certa forma, uma espécie de calmante, com temas como “Solitude is a Bliss” e “Expectation”.
No palco principal esperavam-nos os The Kooks, já se via o pó no ar (também não era difícil) com os temas mais animados desta banda de ingleses, nascido em Brighton. O tema “Seaside” foi o êxtase entre a multidão que se já juntava neste palco, cantada em coro e de braços no ar, mas foi com “The Saboteur” que o público se juntou em massa aos saltos e a cantorias para comemorar este tema novo. The Kooks fecharam com “Naive”. Estava feita a festa.
Entre os palcos a dificuldade aumentava, ora filas imensas para casas de banho, ora espaços totalmente sem luz, empurra aqui, empurra ali, desvia aqui. Complicada, a deslocação entre o palco principal e o secundário.
Mais uma aventura para chegar ao palco principal, Beirut estava a entrar em cena e ainda nos debatíamos para conseguir mais à frente. Mas este tipos merecem. Com temas brilhantes como “A Sunday Smile”, a nova “East Harlem” e a tão aclamada “Elephant Gun, uma multidão de gente estava rendida, o recinto estava a abarrotar, e temos de constatar que os “nuestros hermanos” vieram em massa para este festival. Beirut fez um concerto cheio de vida e com instrumentos como o cavaquinho e o acordeão. Um momento para mais tarde recordar.
Mais uma aventura para atravessar o recinto, era vez de ver a doce Lykke Li. Havia fãs divididos, sabiam o que tinham de enfrentar para chegar ao palco principal para ver e ouvir os Macacos do Ártico “Não sabemos o que fazer, se vamos já, se conseguimos ver um pouco de Lykke. Neste festival passamos mais tempo preocupados em chegar aos sítios que a divertirmos”, desafabaram connosco alguns fãs. Escolhas àparte, esta sueca deu um senhor concerto, entrou a matar de cara tapada, mas era notável a forma como se mexia, a ela e a nós! Com muitos temas vindos do ultimo álbum Wounded Rhymes, onde a canção “Rich Kids Blues” a fez atirar para o chão no fim do poder da mesma. Sempre dançante e alegra, Lykke ainda trousse temas como “I’m Goog, I’m Gone” e “Sadness Is a Blessing”. Uma intimidade entre ela o público, uma sensação de estarmos em casa. Que concerto Li.
Este miúdos, (sim, que Alex Turner tem apenas 24 anos!) entram sempre a matar, com temas pesados de guitarras em riste e com Matt Helders sempre a pôr-nos ao rubro, com aquela bateria desconcertante e arrepiante.
O “Brianstorm”, segundo tema da noite, levantou pó em qualquer lado do recinto, estava determinado a curtir este público, e o os Macacos também. Com os acordes sempre muito bem tocados, sem falhar uma nota, estes ingleses mostraram que a idade nada tem a ver com o profissionalismo que uma banda pode ter. Faltou-lhes um pouco mais de energia e interação com o público, mas estes estavam determinados em escutar as canções e cantar com elas.
30 mil pessoas aos saltos em “I Bet You Look Good on the Dancefloor” e “Fluorescent Adolescent”, e uma orgulhosa nuvem de pó estava no ar, não se conseguia ver o fim do público, agora só pó e Arctic Monkeys. Do novo álbum houve direito a “Brick by Brick” e “Don’t Sit Down Cause I’ve Moved Your Chair”, tão cantada e aclamada como as cantigas mais antidas, mas em “Crying Lighting”, fez-se história, não havia um pé no chão. Fecharam a noite com “505”, cantada em coro. Que momento.
Parabéns miúdos!
Fim de concertoe decidimos não nos mexer até passar esta enchente de gente, caminhar com os demais era o pânico. Milhares de pessoas apertadas e aos empurrões no desespero de sair dum recinto que, claramente não tem sido a melhor escolha para este feito.