Um público expectante começou a reagir assim que se apagaram as primeiras luzes. Ainda passava nos écrans gigantes o anúncio de um outro espetáculo a realizar em breve neste espaço e já se ouviam palmas e assobios. Seu Jorge subiu ao palco de óculos escuros e casaco com capuz posto na cabeça para abrir o espetáculo com “Ela é bipolar”. O ritmo animado continuou com “Na verdade não tá” e “Faixa de contorno” e com “Dois beijinhos” já se viam pessoas em pé para os primeiros passos de dança.
O espetáculo passou depois para um ritmo mais calmo com a introdução com violino de “Quem não quer sou eu”, “Bom senso”, para depois Seu Jorge pegar no violão e dar o primeiro “Boa noite Lisboa, que prazer estar aqui”antes de cantar “Preciso de me encontrar”.
Este ano, como não podia deixar de ser, um momento de homenagem, com a bonita versão de Seu Jorge de “Lifeonmars”, de David Bowie. Ouviram-se gritos de “Benfica” quando terminou o derby que antecederam “Rebel Rebel”, “Caboclo” e “Pretinha”.
Um brinde com um chopinho, perdão, uma cerveja, e a apresentação da sua amiga Marisa Monte que foi recebida com um caloroso aplauso do público. Seu Jorge pegou na flauta transversal para acompanhar Marisa em “De noite na cama”, na pandeireta para “Dança da solidão” e continuou a cantar em “Você vai estar na minha” e “Passe em casa”.
Quando o público deixou as cadeiras da plateia para se chegar à beira do palco, Marisa pediu para dizer uma coisa, mas foi o público que lhe respondeu em coro: “Deixa eu dizer que te amo/deixa eu pensar em você”. E foi no final desta música que Alberto, o músico que Seu Jorge conheceu vai para mais de 10 anos quando foi fazer o filme Casa de Areia chamou ao palco a sua companheira para a maior surpresa da noite: um pedido de casamento que teve direito a tudo – joelho no chão, rosas vermelhas, Marisa Monte (e o público) a cantar “Amor i loveyou” e Seu Jorge a servir o champanhe. E sim, ela disse que sim.
O concerto contou ainda com “Everybodylovesthesunshine”, “Mania de peitão”, “Mina do condomínio”, que fez o público saltar novamente para a frente do palco para não mais voltar às cadeiras, o estrondoso sucesso “Amiga da minha mulher” e “Carolina” (há muito pedida pelo público). Com “Burguesinha”, um “obrigado Lisboa, foi inesquecível” e um público de braços no ar, Seu Jorge saiu do palco por momentos, deixando os espetadores a bater palmas e a assobiar pelo seu regresso.
Um regresso a uma plateia de pé, pronta a dançar ao som das últimas músicas e um regresso acompanhado de Marisa, para repetirem “Passe em casa”. “Felicidade”, “Pessoal particular” e “Alma de guerreiro” fecharam um encore com os músicos a saírem de palco com uma animada coreografia.
“Obrigado Portugal, obrigado Lisboa”.
Obrigada, Seu Jorge.
Nota: O churrasco, o mais pequeno do mundo, é hoje, dia 6, por conta da Rádio Comercial.
Reportagem de Ana Filipa Correia (texto) e António Silva (fotografias)