Eu Sou Clarice é a peça de Rita Calçada Bastos, que sobe à cena da Sala Vermelha do Teatro Aberto, com estreia marcada para amanhã – Dia Internacional da Mulher.
A peça, interpretada por Carla Maciel, apresenta-nos a história e a vida da escritora e jornalista brasileira Clarice Lispector. De origem ucraniana, Clarice nasceu em 1920 na Ucrânia e faleceu no Rio de Janeiro em 1977, tendo sido uma das figuras femininas de destaque no meio cultural brasileiro da época, marcando e influenciano ainda hoje as letras e a Cultura do Brasil.
Rita Calçada Bastos cria um objeto teatral a partir da vida e da obra de Clarice Lispector, escritora que sempre a intrigou. Esse objeto teatral resulta do eco que essa escritora maior tem na sua visão da vida. A primeira vez que tomou conhecimento da sua obra foi há cerca de 20 anos, com o livro A Hora da Estrela. “Sempre me interessou saber quem é a pessoa por detrás de um livro: quais as suas inquietações, qual a sua experiência de vida e o seu entendimento da mesma… no caso de Clarice, isso esteve muito presente. A matéria da sua escrita é intemporal porque vem da condição humana, desta coisa de ser pessoa”, diz Rita Calçada Bastos, que descreve Clarice Lispector como “a estranha, a estrangeira, a hermética, a mulher dona de casa, a escritora, a mãe, a pessoa capaz de ir morrendo por aqui e por ali para conseguir ser”.
Em que medida a fronteira entre a biografia e a própria obra se vai desvanecendo? Não é o ser humano objeto de profunda inquietação? E o que faz com isso? É a partir destas interrogações que a encenadora cria Eu Sou Clarice, um diálogo entre uma actriz, Carla Maciel, e a sua criadora – Rita Calçada Bastos.
A peça vai estar em cena de 8 de março a 2 de abril, de quarta a quinta-feira, às 19h00, sexta-feira e sábado às 21h30, e domingo às 16h00. Os bilhetes custam 17 euros (o bilhete normal) e podem ser adquiridos online e no local.
