O Teatro Carlos Alberto (TeCA), no Porto, apresenta a peça O Pecado de João Agonia, um texto de Bernardo Santareno, com encenação de João Cardoso, diretor artístico da ASSéDIO, até dia 21 de novembro.
Prosseguimos a operação de resgate das palavras de Bernardo Santareno iniciada com a produção de A Promessa, em 2017. Fazemos justiça à voz de um dos mais importantes dramaturgos portugueses do século XX, ao mesmo tempo que investimos na revivificação da memória de um clássico contemporâneo. Como denominador comum aos dois projetos encontramos o encenador João Cardoso, diretor artístico da ASSéDIO, companhia com quem partilhamos nova incursão no território de um dramaturgo que praticou uma “poética de raízes”. O Pecado de João Agonia (1961) inscreve-se num conjunto de peças onde Santareno afirma uma estratégia de oposição a um sistema opressivo, problematizando aspetos de natureza sexual (a homossexualidade) e questões de natureza religiosa (o pecado, o sacrifício). Este incitamento a uma espécie de “desobediência dos dogmas” é aqui vivido no interior de um apertado círculo comunitário – um “lugarejo serrano e primitivo”, o Portugal salazarento, país que ainda é o nosso. Lugar onde o “vento queima” e o céu se enche de pássaros pretos na noite do crime. “Não vás, João Agonia! Foge, foge!”
A peça é da autoris de Bernardo Santareno, com encenação de João Cardoso e é uma coprodução Assédio, Teatro Nacional São João e conta com as interprestações de Ângela Marques, Benedita Pereira, Daniel Silva, Inês Afonso Cardoso, João Cardoso, João Castro, Pedro Galiza, Pedro Quiroga Cardoso, Rúben Pérola.
O espetáculo, para maiores de 12 anos, tem uma duração aproximada de 1h40. Com sessões, de quarta a sábado, às 19h00 e aos domingos, às 16h00, a sessão do dia 14 de novembro, inclui Língua Gestual Portuguesa e Conversa pós-espetáculo.
Os bilhetes estão à venda por 5 euros e podem ser adquiridos no local.