O Teatro Nacional de São Carlos apresenta Macbeth, de Giuseppe Verdi, com direção musical de Domenico Longo e Àngel Òdena e Elisabete Matos como protagonistas.
A produção agora apresentada fez parte da programação do teatro lírico nacional em 2007, mas é agora apresentada com um novo elenco, que inclui Àngel Òdena e Elisabete Matos nos papéis principais, e ainda Enzo Peroni, Giacomo Prestia, Marco Alves dos Santos, João Oliveira, Bárbara Barradas, entre outros, e conta com as atuações da Orquestra Sinfónica Portuguesa e do Coro do Teatro Nacional de São Carlos.
A ópera Macbeth é um melodrama em quatro atos, da autoria do compositor italiano Giuseppe Verdi (1813-1901), com libreto de Francesco Maria Piave e baseado na tragédia homónima de William Shakespeare, estreou em Florença em 1847.
Em Macbeth de Verdi, a história começa quando Macbeth e Banquo, ambos generais de Duncan, o rei da Escócia, encontram um grupo de feiticeiras. Macbeth é saudado profeticamente como Guerreiro de Cawdor e Rei da Escócia, e Banquo, como o pai de um futuro rei. Um servo traz a mensagem de que “Sir de Cawdor” fora enforcado e que todas as terras e o título, por determinação do rei, foram transferidos para Macbeth. Cumpria-se, assim, a primeira profecia das bruxas.
No castelo, a ambiciosa Lady Macbeth lê com satisfação a carta que o marido lhe enviara, relatando o ocorrido. O Rei Duncan passará a noite no castelo, e essa é a oportunidade que Lady Macbeth queria. Ela convence o marido a matar o soberano e a assumir o poder. Macbeth mata Duncan, toma-lhe a coroa, mas passa a viver atormentado com sua consciência, e também com a profecia das feiticeiras, de que um filho de Banquo – e não dele – o sucederá. Ele e a mulher decidem matar Banquo e o filho, para que a profecia não se concretize. Banquo é morto, mas o filho escapa.
O casal Macbeth está dando um banquete no castelo, quando chega o notícia da morte de Banquo e da fuga de seu filho. Macbeth começa a ver o fantasma de Banquo. Lady Macbeth, tentando esconder a situação dos convidados, age como se nada estivesse acontecendo – canta, brindando a todos. Mas Macbeth tem outra crise e se dirige cada vez mais agressivamente aos convidados. O ato acaba com um grande conjunto: os convidados ficam confusos, Lady Macbeth repete que os mortos não voltam, e Macbeth decide consultar as feiticeiras novamente.
O terceiro ato começa em uma caverna escura. Feiticeiras invocam espíritos malignos, quando Macbeth chega ansioso por saber de seu futuro. As feiticeiras invocam aparições para atender o novo rei. A primeira é a cabeça de um guerreiro, que previne Macbeth contra Macduff. A segunda – uma criança ensanguentada -, diz-lhe que não deve temer a ninguém que tenha nascido de uma mulher. A terceira – uma criança coroada -, afirma que Macbeth jamais será vencido até que o bosque de Birmane caminhe e se volte contra ele. Há, depois, um desfile de oito reis, o último dos quais é Banquo, que traz à mão um espelho. O terceiro ato termina com a chegada de Lady Macbeth, que ouve o relato do marido sobre as aparições. Ambos decidem agir com violência para eliminar qualquer opositor.
O quarto ato começa no campo, perto da fronteira entre a Escócia e a Inglaterra. Um grupo de refugiados comenta a opressão que sofre a Escócia sob o reinado de Macbeth. Macduff, que teve a mulher e os filhos assassinados pelo tirano, expressa sua dor em uma bela ária.
Malcom, líder da força inglesa, ordena que cada soldado corte um galho de árvore e o carregue consigo, investindo contra Macbeth. Nessa noite, Lady Macbeth agita-se sonâmbula, blasfemando contra o próprio remorso, que a leva à loucura e à morte. Macbeth, informado sobre a morte de sua mulher, prepara-se para combater os inimigos, acreditando na invencibilidade. Soldados o informam que o bosque de Birmane está se movendo.
Na batalha, Macduff encontra Macbeth e investe contra ele. Macbeth brama que ninguém nascido de mulher poderia matá-lo. Macduff conta que foi “arrancado do ventre de sua mãe” – e o fere mortalmente. A ópera acaba com um coro vitorioso dos escoceses liberados.
Macbeth vai ter cinco récitas, entre 21 de fevereiro e 1 de março; às 20h00 nos dias 21, 23, 25 e 27 e às 16h00, no dia 1 de março.
Texto de Teresa Leal