Reportagem de Alexandra Gil (Texto e Fotos)
[dropcap]C[/dropcap]aleidoscópio – assim se chama a exposição dedicada à coleção de alta-costura de Christian Lacroix, que estará patente no MUDE, em Lisboa, até 30 de agosto.
Segundo a curadora Anabela Becho, este é o nome óbvio devido à paleta tão variada de influências, cores e materiais do criador conhecido pela sua capacidade inesgotável de reinventar modelos, associar elementos inusitados e explorar as mais diversas referências culturais e históricas.
Mas desengane-se se conta com uma mostra dita “comum”. Caleidoscópio encontra-se na sala dos cofres, espaço bem particular e requintado, ideal para guardar os dezasseis tesouros que constituem os coordenados do criador francês relativos às coleções primavera/verão e outono/inverno de entre 1989 e 2000. Denote-se que as peças fazem parte do espólio do museu, sendo Lacroix um dos criadores mais representados neste.
O jogo de reflexos aliado às cores e detalhes dos modelos promete conquistar os amantes da alta-costura e não só, sendo de destacar ainda os textos escritos pelo próprio Lacroix propositadamente para a exposição.
Nascido em 1951, em Arles, França, Christian Lacroix é um dos costureiros mais marcantes da segunda metade da década de 1980. Depois de estudar História da Arte para ser curador de um museu, acabou por ser contratado como estilista na casa Jean Patou. Cria a própria marca em 1987, dedicando-se mais tarde ao pronto-a-vestir, acessórios e perfumaria. Mas a crise financeira obriga-o a encerrar a sua casa em 2009. Regressa, porém, em 2013 com uma coleção em homenagem à estilista italiana Elsa Schiaparelli.
Caleidoscópio – A Alta-Costura de Christian Lacroix marca o arranque do ciclo Tesouros da Alta-Costura, que abordará outros nomes do acervo do MUDE, como Madame Grés, Christian Dior, Balenciaga, Jean Paul Gautier ou John Galliano.
Com curadoria de Anabela Becho e coordenação de Bárbara Coutinho, diretora do MUDE, a exposição pode ser vista de terça a domingo, das 10h00 às 18h00. A entrada é livre.