Elementos ilustrativos de uma cultura, da sua forma de pensar e estar, das suas crenças e arte os têxteis ikat são elementos muitos importantes para compreender e conhecer a cultura e algumas tradições indonésias, e raramente vistos no ocidente, uma oportunidade dada agora aos lisboetas e aos seus visitantes, pelo Museu do Oriente através da exposição Linguagens Tecidas.
São mais de 70 peças que compõe a mostra, pertencentes à Coleção Pusaka, de Peter Ten Hoopen, escritor holandês, residente em Portugal há vários anos, que a iniciou em 1970, depois de uma visita ao arquipélago Indonésio.
Ao longo de várias secções vai ser possível conhecer a arte e um pouco da cultura destes povos através dos seus panos e da sua tecelagem, atualmente em vias de extinção.
Xailes, Patolas, Sarongs, Higimec, entre outros ikats, alguns deles duplos, de algodão ou seda, tingidos de forma natural e feitos manualmente (alguns durante muitos anos) pelas hábeis tecelãs nos teares de tensão dorsal, podem aqui ser vistos e admirados pela primeira vez.
Cada ikat tem uma história, representa algo especial, seja para usar no dia-a-dia, numa cerimónia, para conquistar marido ou afastar os maus espíritos, cada um tinha um papel a desempenhar no dia-a-dia do povo indonésio. Só podiam ser feitos por mulheres, mas podiam ser usados quer pelos homens quer pelas mulheres.
Na mostra há peças do século XVIII à década de 50 do século XX, na sua maioria oriundas do arquipélago Indonésio, incluindo das ilhas mais pequenas e remotas como as Flores, Sumatra ou Bornéu.
As peças oriundas de Timor estão também aqui em destaque, ou não fosse esta ilha tão próxima dos portugueses.
Outra região representada é Guzarate, na Índia, com os seus patola de seda, de que é um rico exemplar a peça que se encontra quase no princípio da mostra, em vermelho e dourado. Estas peças espalharam-se pela Indonésia e influenciaram os ikats locais, nomeadamente em Java e Bali, sendo muito procuradas pelos nobres e abastados, tornando-se mais tarde símbolos de alianças.
De padrões simples, ou com figuras, de dois tons ou mais, estas peças raras podem ser vistas e apreciadas a partir de hoje e até 25 de janeiro de 2015, de terça-feira a domingo, das 10h00 às 18h00, e sexta-feira até às 22h00 (com entrada gratuita a partir das 18h00). Os bilhetes custam 6 euros.