The Temper Trap – O Romance De Mãos Dadas Com O Ritmo

Reportagem de Tânia Fernandes e António Silva

The Temper Trap

Trocar um jantar afogado em clichês de São Valentim, por um serão de puro rock terá sido a opção de quem, ontem à noite, rumou ao CCB. Os The Temper Trap fizeram vingar a escolha e, em pouco menos de hora e meia, arrebataram as almas dos presentes, enchendo-as de belas emoções. E, ainda assim, conseguiram adicionar uma pitada de romantismo no final.

Sala esgotada, que se pôs de pé assim que a banda entrou em palco e não voltou mais a sentar. Um acolhimento caloroso de quem aguardava um concerto em nome próprio destes australianos. Eles estiveram em Lisboa, no verão passado, já com o mais recente trabalho Thick as Thieves, mas a curta apresentação em festival deixou os admiradores a pedir mais. As inflexões vocais de Dougy Mandagy distribuíram-se ao longo da noite por temas deste trabalho, mas também dos anteriores e a energia contagiante da banda mantive o ambiente sempre em alta.

Começaram com a canção que dá nome ao álbum, à média luz, para depois viajar até aos primeiros tempos da banda, com “Love Lost”, de Conditions. Um rock alternativo bem ritmado, a deixar sobressair os falsetes do vocalista que conquistaram a sala. “Fall Together” e “Burn” do novo, foram intercalados com os mais antigos “Fader”, “Trembling Hands” e “Rabbit Hole”.

Apesar de mais recentes, os temas parecem ser do conhecimento dos presentes, ainda assim, antes de “So Much Sky” Dougy Mandagy ensaia o coro com público. É uma espécie de “good feeling” que parece atravessar a sala do CCB, que assiste, envolvida à apresentação desta banda. E em cerca de uma hora, os minutos consomem-se em notas musicais. Em “Science of Fear” o vocalista chega-se à bateria, sendo a sua incursão mais interessante em “Drum Song”.

O instrumental é apresentado de forma mais teatral, com um dos tambores a ser desviado para a frente de palco. Num dos últimos solos, o vocalista enche a sua superfície com água (de forma subtil e só nos apercebemos, porque faz voar as garrafas vazias na direção da plateia) , o que resulta numa performance visual surpreendente. O genuíno banho de ritmo.

A banda regressa para um encore, que começa com “Soldier on” e continua para um intenso “What If I’m Worng”. O momento romântico da noite chega antes do último tema. A banda chama ao palco um jovem casal e assiste-se a um pedido de casamento, entre muitos tremeliques e emocionados sorrisos. Sim, parece que vai haver festa.
A fechar, o single “Sweet Disposition”, que os deram a conhecer, em 2008, e uma vontade imensa de que regressem rapidamente!

A noite abriu com os Cavaliers of Fun, a banda vencedora da 2.ª edição do EDP Live Bands. A vitória do concurso deu-lhes a oportunidade de lançar o primeiro disco, Astral Division. Ricco Vitali e Miguel Nicolau (Memória de Peixe) formaram a banda em 2009, em Londres. Promovem uma espécie de viagem cósmica por novas sonoridades, novos sons e novos ritmos.

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