Homeland – News from Portugal é o nome do jornal que representará Portugal na 14ª Exposição Internacional de Arquitetura da Bienal de Veneza. O projeto, comissariado por Pedro Campos Costa e produção da Trienal de Arquitetura de Lisboa (presidida pelo arquiteto José Mateus), foi hoje apresentado à imprensa.
A publicação vai ter três edições, com tiragem total de 165.000 exemplares e foca-se no tema da habitação “como elemento essencial e primário da construção urbana e territorial, reflexo social e cultural de quem a habita”.
Com caráter noticioso, Homeland irá ter uma vertente cronológica, de avaliação da evolução da habitação social e outra componente mais critica que envolve seis grupos de arquitetos focados em projetos urbanísticos de cidades portuguesas (Porto, Matosinhos, Loures, Lisboa, Setúbal e Évora).
Este trabalho de campo, que decorre ao longo dos seis meses de duração da Bienal, resultará em reflexões críticas sobre tipologias habitacionais: temporária, informal, unifamiliar, coletiva, rural e de reabilitação.
Samuel Rego, Diretor Geral das Artes destacou o formato atípico da representação de Portugal referindo o facto de que, desta vez, “Portugal vai andar na mão das pessoas!”. Foi salientado o carater inovador, aberto e abrangente deste projeto. Serão produzidos conteúdos originais, por uma equipa multidisciplinar, com o objetivo de apresentar a arquitetura portuguesa ao mundo, de diferentes perspetivas, fazendo a ligação entre o passado e o presente. Pretende-se expor a forma como a contemporaneidade está a responder às questões da habitação.
Para Jorge Barreto Xavier, Secretário de Estado da Cultura mantém-se a aposta em projetos que não passem pela exigência de um espaço físico. “Esta é uma solução no contexto da situação financeira atual” referiu durante a apresentação do projeto. Ainda assim, destacou o potencial de projeção de Homeland que, na sua opinião, constitui um desafio interessante sobre os dispositivos de apresentação em mostras de arte. “É um retorno à escrita, um quase exercício de arqueologia mas também uma forma de materialidade com perspetivas de futuro”.
ADOC, André Tavares, Artéria, ateliermob, Like Architects, Mariana Pestana, Miguel Eufrásia, Miguel Marcelino, Paulo Moreira, Pedro Clarke, Sami Arquitetos e Susana Ventura são os arquitetos envolvidos no projeto.