E se Deus se fartasse de tudo e desaparecesse? É este o tema central de Haja Deus, se Deus Quiser, o mais recente romance de Virgílio Castelo que dá a Fernando Pessoa, recém-chegado ao céu, o papel de aventureiro que, prescindindo do seu suposto Eterno Descanso, parte em busca do criador.
Nas páginas de Haja Deus, Se Deus Quiser, Virgílio Castelo, “homem dos palcos, telas e programas de humor”, diz-nos o que aconteceu a Fernando Pessoa após a sua morte.
Chegado ao Céu, o poeta maior da língua portuguesa percebe que este é um gigantesco escritório, onde santos, beatos, filósofos, profetas, apóstolos, poetas, artistas, teólogos e afins trabalham exaustivamente a preparar os processos individuais de cada mortal para Deus apreciar e decidir o respectivo Juízo Final.
Ainda mal refeito da descoberta, Pessoa apercebe-se que o pânico começa a tomar conta de céus, terra, mundos, universos e entidades correlativas. Porquê? Deus, afinal um prolongamento dos patrões dos vários escritórios onde trabalhou em vida, decidiu não aparecer para trabalhar. O que fazer com Deus em parte incerta? Ninguém, vivo ou morto, sabe. É então que o poeta dos heterónimos troca o sono dos justos, a que aparentemente teria direito, por uma frenética e mirabolante aventura por céus nunca dantes navegados, em busca de Deus. Conseguirá ser bem-sucedido?
O livro já está disponível nas livrarias e será apresentado, na FNAC do Chiado, em Lisboa por Rita Ferro no próximo dia 22 de março às 18h30.