“A representação portuguesa deste ano foca-se no notável trabalho de Álvaro Siza no campo da Habitação Social, percorre as intervenções do arquitecto português em diferentes bairros do Porto, Berlim, Haia e Veneza, e procura expor a experiência social de Siza como parte da sua relação com a cidade europeia e a criação de verdadeiros lugares de “vizinhança”- tema na ordem do dia, numa Europa que se deseja mais cidadã, integrada e multicultural” – explica o Ministério da Cultura em comunicado.
“A exposição está dividida em três partes e será instalada no estaleiro da obra do Campo di Marte, na ilha da Giudecca, um projeto de Álvaro Siza de alto impacto urbano e social, ainda não terminado, e que está integrado num plano geral onde participaram outros arquitetos, como Aldo Rossi, realçando uma abordagem inovadora através da arquitetura e das artes à realidade actual dos espaços urbanos e dos relacionamentos sociais nas cidades, e uma mais eficaz estratégia de planeamento, promoção, comunicação, captação de apoios e estabelecimento de parcerias”, adianta ainda o mesmo comunicado.
A segunda parte, tem como título “Quatro Bairros de Álvaro Siza (1973-2016)”, e apresenta projetos, desenhos, maquetas, fotos e filmes das quatro intervenções de Habitação Social de Álvaro Siza: o Bairro da Bouça, no Porto; a Schlesisches Tor, em Berlim; o Schilderswijk West, em Haia; e o próprio Campo di Marte, na Giudecca, em Veneza.
Já a terceira parte tem como tema: “Where Alvaro meets Aldo (1966-2016)”, e inclui fotografias, cartas, textos e outros “encontros” conceptuais entre Álvaro Siza e Aldo Rossi.
“A representação portuguesa prevê ainda o envolvimento dos “vizinhos” dos bairros projetados por Álvaro Siza, seja pela evocação em fotografias e entrevistas, seja através da interação direta com os habitantes do Campo di Marte, na Giudecca”, conclui ainda o Ministério.
A 15ª Exposição Internacional de Arquitetura, La Biennale di Venezia 2016, vai decorrer entre 28 de maio e 27 de novembro, em Itália ,vai centrar-se nas preocupações com políticas sociais e nas transformações urbanas, e tem como título REPORTING FROM THE FRONT, com curadoria do chileno Alejandre Aravena.
Texto de Elsa Furtado