Esta peça é um drama épico que rompe o silêncio russo em relação à I Guerra Mundial. 150 minutos de texto, música, coreografia, efeitos visuais e sonoros que recriam um “cruel ballet operático” em torno da guerra, com encenação de Vladimir Pankov.
A acção inicia-se em Paris em 1913 com um grupo de jovens artistas, unidos pelo amor às artes e o desejo de criar novas tendências, e os seus diferentes pontos de vista em relação à guerra – a apologia da vida, da morte, do renascer, das oportunidades, das ideologias. Mas quando George, pintor inglês, um ano mais tarde, morre no conflito, cada um deles, longe do idealismo inicial, enfrenta a dura realidade e é atingido pela perda e pela dor.
Dezanove Intérpretes dão vida – entre a interpretação, a dança, a música e a acrobacia – e alma ao espectáculo, baseado em três notáveis textos: Death of a Hero, de Richard Aldington; Notes of a Cavalry Officer, de Nikolai Gumilev; e Ilíada, de Homero. As suas interpretações, entre as memórias e a realidade, transformam a “Guerra” numa peça complexa e multi estruturada; um mosaico teatral.
Um acompanhamento musical eclético – conjugação de “Soundrama”; Sopranos; Jazz; Canto e performance musical -, efeitos visuais intrinsecamente representativos – o jogo entre o branco e o preto; contraste de luz quente e luz fria e o vermelho das rosas -, cenários simbólicos – o lustre [a grandeza e o luxo]; as máscaras de gaz [a guerra e a morte]; o piano de cauda [a harmonia e os sonhos] e um elenco frenético.
Guerra sobe à cena hoje e amanhã, às 21h00, representada em língua russa e inglesa e legendada em português. Os bilhetes podem ser adquiridos no local e variam entre os 7,50 euros e os 16 euros.
Texto de Rosa Margarida