Terminou o estágio das garrafas de Conde d’Ervideira 2014 Reserva, no fundo da barragem do Alqueva. A versão Vinho de Água esteve durante cerca de 8 meses a trinta metros de profundidade, na total obscuridade. As diferenças, em relação ao mesmo lote de vinho engarrafado, que ficou em adega, são significativas.
A Ervideira volta assim a evidenciar a sua capacidade de inovar e surpreender pela positiva, neste mercado.
O Conde d’ Ervideira Vinho da Água foi apresentado, este sábado, num evento que teve lugar na Marina da Amieira, local onde foram submersas 32.000 garrafas de vinho, em outubro de 2015. Simbolicamente, e perante os presentes, foi retirada uma das caixas que repousou durante o inverno a cerca de 30 metros, no fundo do Alqueva.
A preocupação em escolher um local de águas calmas, com uma temperatura constante nos 17 graus terá contribuído para o sucesso da experiência. A pressão a que o vinho ficou sujeito, durante este período de tempo, faz a diferença. É de tal maneira forte que obriga a rolha a entrar na garrafa.
Da mesma produção, foram separadas 11.000 garrafas, que não entraram na água, mas estagiaram em adega e permitiram, nesta fase, comparar as diferenças. “A estrutura é igual, assim como no nariz, mas na boca, é totalmente diferente. É um vinho com grande potencial de envelhecimento” comentava-se na hora da prova.
Visivelmente satisfeito com esta experiência, Duarte Leal da Costa, diretor executivo da empresa, explicou-nos que a grande variante introduzida nesta experiência é a pressão a que o vinho ficou sujeito, uma vez que a obscuridade ou a temperatura constante são variáveis que se podem controlar em ambiente de adega.
A iniciativa inovadora havia já sido experimentada no país, em Foz Côa, mas as condições adversas não permitiram um resultado de sucesso. “E fazem-na também em Montpellier, com o champanhe” explicou-nos. Mas de onde veio esta ideia? A descoberta de barcos afundados, com cargas de vinho submersas, que depois de descobertas tinham o seu conteúdo não só em perfeitas condições, como melhorado fizeram que com os produtores avançassem com a experiência.
No caso específico da Ervideira, que tem mantido sempre uma postura desafiadora em relação ao mercado, este foi aquilo que Duarte Leal da Costa definiu como “mais um degrau na empresa. Um vinho branco ou tinto todos fazem, difícil é fazer diferente. Acreditamos que este fator diferenciador alavanca a marca”.
E já haviam arriscado algo diferente com o Invisível, um caso de sucesso comercial, com fabrico de um vinho branco através de uma casta de tinta.
Próximo desafio? Duarte já sonha em afundar garrafas de vinho branco.
O Conde d’Ervideira 2014 Reserva – Vinho de Água vai chegar às lojas pelo preço de 19,50 euros, enquanto que o Conde d’Ervideira 2014 Reserva custa 14 euros.
Reportagem de Tânia Fernandes e António Silva