O melhor do cinema de animação mundial volta a conquistar a cidade de Lisboa, de 7 a 17 de março de 2024, na 23ª edição da MONSTRA.
Sob o mote “Liberdade de Expressão”, no âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, a MONSTRA – Festival de Animação de Lisboa apresentará cerca de 400 filmes, exposições, masterclasses, oficinas, partilhas e encontros, no Cinema São Jorge, e, ainda, na Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema, na Cinemateca Júnior, no Cinema City Alvalade e no Cinema Fernando Lopes.
Tendo como um dos maiores focos a Irlanda, “um país criativo, combativo e inovador “, como sublinhou o diretor artístico, Fernando Galrito, a pontuar a homenagem está o Cartoon Saloon, com a presença de Tomm Moore e uma retrospetiva alargada, através das quatro primeiras longas-metragens do estúdio, que receberam nomeação ao Óscar para Melhor Animação, nomeadamente Brendan e o Mundo Secreto de Kells; A Canção do Mar; Wolfwalkers; e A Ganha-Pão.
Em competição participam sete obras: Mataram o Pianista, dos espanhóis Fernando Trueba e Javier Mariscal; Escola de Arte 1994 (China), de Jian Liu; A Concierge (Japão), de Yoshimi Itazu; O Sonho da Sultana (Alemanha, Espanha), de Isabel Herguera; e Tony, Shelly e a Luz Mágica (Hungria, Eslováquia, Chéquia), de Filip Pošiva?.
A MONSTRA apresenta ainda propostas do imenso universo do cinema animado em secções fora de competição, como a nova sessão temática ArchAnim – Animação e Arquitectura, que mostra a estreia mundial de Eduardo, Walter e Leonidov, de Miguel Pires de Matos, e a sessão experimental, conhecida agora por Dia da Abstração, com a curadoria das diretoras artísticas do festival Punto y Raya, Noël Palazzo e Ana Santos, que trazem filmes abstratos de mulheres realizadores e duas masterclasses.
No festival mantêm-se as categorias dedicadas ao documentário (DokAnim), terror (TerrorAnim), videoclip (ClipAnim) e erótico (TripleX). Assim como os Históricos, que tomam de assalto a Cinemateca Portuguesa com quatro revisitações e comemorações imperdíveis: o meio século de As Mil e Uma Noites (Japão), de Eiichi Yamamoto, e de Dunderklumpen! (Suécia), de Per Åhlin, os 25 anos de A Monkey’s Tale (França, Reino Unido, Alemanha, Hungria), de Jean-François Laguionie, e, por fim, o 15º aniversário de Ubu and the Great Gidouille (França), de Jan Lenica.
Os 50 anos do 25 de Abril também são alvo de uma grande homenagem na 23ª edição da MONSTRA através da estreia absoluta de A Revolução, um filme realizado coletivamente por alunos de escolas de todo o mundo, que revela como olham hoje para uma revolução democrática. A celebração do 25 de Abril alarga-se ao MONSTRA Summit, com um debate que reúne os ilustradores Cristina Sampaio, André Carrilho, Nuno Saraiva e José Bandeira, e o autor Pedro Mexia, no contexto do tema que atravessa o festival, “Liberdade de Expressão”.
Fora do ecrã, outros ilustres convidados marcam presença em Lisboa para conduzir masterclasses: o realizador de animação suíço Georges Schwizgebel, que tem ainda um filme em competição (“De uma pintura… para a outra”) e uma retrospetiva das suas curtas-metragens; o compositor e músico britânico Andy Cowton, que trabalhou em filmes de Paul Bush (Ride); e dois dos cineastas nacionais mais premiados da nova geração, Vasco Sá e David Doutel. Assegurada está também a visita do brasileiro Alê Abreu que, a par de ser um dos elementos do júri internacional, apresenta a sua obra nomeada aos Óscares, O Menino e o Mundo, novamente no festival, onde há 10 anos venceu o Grande Prémio.
Como é habitual, e no seu compromisso com o programa expositivo, a MONSTRA invade o Museu da Marioneta com a 17ª parceria entre as duas entidades. Até ao dia 7 de abril, Três Famílias é uma oportunidade única para se conhecerem os bastidores de um trio de longas-metragens de animação sobre famílias muito distintas e de diferentes países europeus: Interdito a Cães e Italianos, de Alain Ughetto, O Retrato de Família (em competição na MONSTRA), de Lea Vidakovi?, e A Cada Dia Que Passa…, de Emanuel Nevado.
Por sua vez, durante os dias do festival, uma coleção de cartazes de animações portuguesas e uma exposição que simula espaços interiores onde ocorriam reuniões clandestinas pré-25 de Abril de 1974, por alunos da Escola Artística António Arroio, preenchem o Cinema São Jorge.
E a MONSTRINHA também está de regresso, com sessões de cinema dedicadas ao público infantil e às famílias. Em primeira mão, estreiam aqui dois episódios da série animada O Diário de Alice, de Diogo Viegas (uma parceria entre a MONSTRA, a Sardinha em Lata e a RTP).
Além do Cinema São Jorge, os programas MONSTRINHA Baby e MONSTRINHA Pais e Filhos ocupam os dois fins-de-semana do festival no Museu Nacional de Etnologia (Lisboa), Centro de Artes de Sines, Casa da Música de Óbidos, Auditório Fernando Lopes-Graça (Almada) e m|i|mo – museu da imagem em movimento (Leiria). Nas e para as escolas de todo o país, a MONSTRINHA Vai à Escola (5 a 23 de Fevereiro) e a MONSTRINHA Escolas (7 a 17 de Março) contam já com 6168 e 6728 alunos inscritos, respetivamente.
A Acreditação Cine (1 bilhete por sessão para todos os dias do festival, até 3 sessões por dia – apenas no Cinema São Jorge) custa 50 euros e a Acreditação Cinemaster (às sessões de cinema acrescentam-se masterclasses) vale 65 euros (menos 15 euros e 20 euros para estudantes, respetivamente).
A programação completa pode ser vista aqui.