Com um bom leque de êxitos, apresentados com todo o profissionalismo, os britânicos Arctic Monkeys cumpriram o prometido, no segundo dia de festival Kalorama. Foram a razão dos bilhetes esgotados, nesta data. Um concerto grandioso, para um anfiteatro de 40 mil pessoas.
Com o esquema de pingue pongue montado nos dois palcos principais, o festival Kalorama conseguiu, esta sexta-feira, dar música ao seu público, sem os constrangimentos do dia anterior. Os artistas ficaram com o tempo mais limitado, sem margem para improvisos.
Aos Arctic Monkeys coube um tempo de antena um pouco mais generoso, de cerca de hora e meia. A banda natural de Sheffield, regressou a Lisboa, quatro anos depois da última atuação, no festival Alive. Um concerto com bom nível de entusiasmo e temas conhecidos, que o público aplaudiu.
“Eu não vou desistir enquanto não saltarem comigo” gritava Holly Minto, dos Crawlers, a banda inglesa que abriu o palco Futura, esta sexta-feira. O rock tomou conta deste canto do Kalorama, apesar de ser difícil conseguir ver os artistas, dada a grande afluência e o reduzido espaço deste palco.
The Legendary Tigerman fez-se anunciar com uma melodia assobiada, cujo som chegou ao alto da colina, junto à galeria de arte da Underdogs. O assobio passou a guitarra e “The saddest girl on earth” abriu o concerto. Com um estilo singular, o público sempre atento, Paulo Furtado, mostrou que tem o seu personagem em grande forma. “These Boots Are Made For Walkin” é um dos clássicos que costuma recuperar e, mais uma vez, pôs o seu tigre à frente do tema de Nancy Sinatra.
Foi grande, a adesão à atuação de Jessie Ware. Sem músicos em palco, a cantora fez-se notar pela sua atuação provocadora, com um cabo de microfone a fazer de chicote. Esteve apenas acompanhada por um conjunto de bailarinos, com quem deu corpo aos temas, num apelo constante à dança. A iniciar às 20h00, teve apenas direito a 40 minutos de espetáculo, no qual incluiu “Running” (conhecida pelo remix dos Disclosure), “What’s Your Pleasure?” e “Save a Kiss”.
Seguiram-se os Blossoms, no palco principal. A banda de pop inglesa trouxe a combinação perfeita de melancolia e euforia. Foram bem recebidas as canções para cantar, de braços no ar, como “Honey Sweet”, “There’s a Reason Why (I Never Return Your Calls)” e “Oh No (I Think I’m in Love)”. Ampliaram a alegria ao tocar a cover de “Don’t you want me” dos Human League.
A diva da música de dança, Róisín Murphy não passou despercebida. Para cada tema constrói, visualmente, um novo personagem. Junta adereços, troca de roupa, movimenta-se de acordo com a emoção que pretende transmitir, ao seu próprio ritmo e faz soar bem alto a sua (enorme) voz. O palco é a sua pista de dança, e cá em baixo a colina está bem preenchida de seguidores.
As músicas são extensas e bem conhecidas do publico que a segue desde os tempos de Moloko. “The Time is Now”, “Sing it Back” e “Forever More” foram alguns dos que recuperou para a atuação desta noite. Curta, de pouco mais de uma hora, mas bem intensa e aproveitada por todos.
A voz de Alex Turner destaca-se, mas tem a função única de dar vida aos seus temas. Parco em palavras, esbanja charme e profissionalismo na forma como conduz a banda.
Em “Why’d You Only Call Me When You’re High?” o público contribuiu com as luzes dos telemóveis acesas, mas em quase todas, acompanhou a cantar. Um pequeno encore trouxe “One Point Perspective”, “Arabella” e o inivetável “R U Mine?”.
O Meo Kalorama segue para mais uma noite. Este domingo atuam:
Palco Meo: 17h00 Tiago Bettencourt; 19h00 Ornatos Violeta; 21h00 Nick Cave & The Bad Seeds; 00h45 Disclosure
Palco Colina: 16h00 Dezinho e Sassa G; 18h00 Moullinex; 20h00 Peaches; 23h15 Chet Faker
Palco Futura:18h00 Grand Pulsar; 20h00 Club Makumba; 23h15 ZAZ; 01h00 Meute
Reportagem do primeiro dia de Meo Kalorama:
A Eletrónica Marcou o Primeiro Dia de Festival Kalorama