Provar o vinho e ir mais além do que é dado a conhecer no seu rótulo, em conversa informal com o enólogo Luís Patrão, foi um dos recentes desafios que aceitámos. O espaço da Herdade do Esporão, no Mercado da Ribeira, foi o ponto de encontro de um evento que trouxe as novidades do Alentejo à zona ribeirinha de Lisboa.
Oportunidade de sentir alguns dos vinhos mais recentes, mas também de provar os vinhos especiais que não se encontram habitualmente disponíveis aos consumidores. Assim, fomos surpreendidos com os vinhos teste, que são dados a provar numa espécie de experiencia de contacto com o público. No caso, a casta Alicante Bouschet 2013 e o seu comportamento tão diferente quando plantada em vinha de Portalegre ou vinda dos terrenos da Herdade dos Perdigões.
Pudemos ainda comparar Uma Quinta dos Murças, reserva de 2010 com um Esporão reserva 2011, num debate Douro vs Alentejo. Finalizámos com Assobio 2011, proveniente de vinhas jovens, plantadas a meia cota (cerca de 200m).
Do Alentejo chegaram-nos ainda novidades sobre a nova adega em construção na Herdade. Trata-se de uma adega de lagares que recupera tradições antigas, desde a sua construção, através da técnica ancestral da taipa de pilão, um ícone da região do Alentejo, passando pelas técnicas produtivas vinícolas, recriando as condições ideais para a pisa a pé. A taipa de pilão, frequentemente utilizada para a construção de paredes e muros, apresenta uma beleza natural ímpar e um excelente desempenho funcional, contribuindo para a sustentabilidade na construção. Esta técnica, como o nome indica, consiste em comprimir a terra e a argila com o auxílio de formas em madeira e pilões, com o formato de uma enorme caixa (denominadas de taipas), seno depois este material compactado em camadas uniformes até atingir a densidade ideal, criando uma estrutura resistente e durável.
Reportagem de Tânia Fernandes