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A Ratoeira Marcou Ontem A Rentrée Teatral Em Lisboa

Por Elsa Furtado (Texto e Fotos)

Foram vários meses em suspenso, com a estreia adiada de março para data incerta, data esta que aconteceu ontem à noite, dia 10 de setembro, e que contou com algumas alterações ao elenco previsto inicialmente, A Ratoeira estreou ontem no Teatro Armando Cortez, com um elenco de respeito, e direito a ovação de pé no final, tudo é claro, cumprindo as indicações da DGS.

Máscara na cara, gel desinfetante nas mãos e nos sapatos e medição da temperatura antes de entrar no teatro, foi assim que se fez a recepção aos espetadores que foram ao Teatro Armando Cortez, em Lisboa, assistir à peça de autoria da rainha dos policiais – Agatha Christie.

Depois de ter surgido inicialmente como uma peça curta de rádio, transmitida em 30 de maio de 1947 pela BBC, com o nome de Three Blind Mice (Três Ratos Cegos) e baseada num caso real: “a morte de um menino de doze anos por maus tratos de seus tutores, numa fazenda da Inglaterra, em 1945”, transformada depois num conto e finalmente na peça teatral, que estreou no West End Londrino em 1952, A Ratoeira é a peça há mais anos e com mais exibições em todo o mundo.

A peça estrea-se agora entre nós e com um elenco recheado de nomes conhecidos como Virgílio Castelo (Major Metcalf), Ângelo Rodrigues (Sargento Trotter), Filipe Crawford, Beatriz Barosa (Srta. Casewell), Henrique de Carvalho, Elsa Galvão (Sra. Boyle), Luís Pacheco e Sofia de Portugal (Mollie Ralston). A encenação é de Paulo Sousa Costa.

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A história é sobre um jovem casal, Mollie e Giles Ralston, que converteram uma casa num pequeno hotel iniciando um negócio no ramo da hotelaria, e certa noite encontram-se ilhados com mais quatro hóspedes por uma tempestade de neve, que impede a saída ou a chegada de alguém ao hotel, junto a um passante ocasional, que conseguiu chegar até lá, com um carro acoplado a esquis nos pneus.

De repente, o sargento-detetive Trotter chega até o hotel de esquis, avisando que um assassino deve estar se dirigindo para lá, depois de ter matado uma certa Srta. Maureen Lyon, em Londres.

Quando uma das hóspedes, a Srta. Boyle, aparece morta, todos se conscientizam que o assassino está entre eles. A suspeita cai, em princípio, sobre Christopher Wren, um jovem nômade que tem uma aparência semelhante à descrição feita do criminoso pelo detetive. Porém, logo fica claro que o assassino pode ser qualquer um deles, inclusive os donos dos hotel.

A identidade do assassino é revelada no final do jogo, quando o sargento Trotter reúne todos na sala de jantar com o plano de montar uma armadilha para um dos suspeitos.

Intrigante, cheia de segredos e muitas suposições, e em que muita das vezes o que parece não é, como se quer de um bom policial, A Ratoeira cativa e envolve os espetadores do primeiro ao último minuto, é claro que as exibições (algumas delas surpreendentes) ajudam a isso acontecer.

Neste vasto elenco, cheio de talento, destaque para o desempenho de Virgílio Castelo (que substitui Ruy de Carvalho) e de Sofia de Portugal (que substitui Sofia Sá da Bandeira), que em poucos dias ensaiaram os seus papéis e nos presenteiam com excelentes atuações, sem disprimor para os demais atores. Destaque também para o desempenho de Ângelo Rodrigues, uma novidade por estas paragens.

E para terminar… e o assassino é ….. Pois não se pode dizer, compromisso assumido por todas as pessoas que vão ver a peça, para não estragar a peça a quem vai ver depois.

A Ratoeira vai estar em cena até dia 30 de outubro de 2020, às quintas, sextas e sábados às 21h30, e domingo às 18h30, no Teatro Armando Cortez, em Lisboa.

Os bilhetes custam entre 17 e 20 euros e podem ser adquiridos no local e online.

Uma peça que vale mesmo a pena ver.

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