A Barraca Leva à Cena Afonso Henriques de Hélder Costa

Afonso HenriquesReportagem de Tânia Fernandes (Texto e Fotos)

Afonso Henriques, de Hélder Costa, estreia no Teatro A Barraca dia 25 de abril. Uma peça baseada em factos históricos e que pretende fazer a ponte para a atualidade.

Hélder Costa é um dos diretores deste Teatro, que assume aqui também o papel de encenador. Dirigiu não só os atores da Companhia como um grupo de vinte alunos do curso de Artes do Espetáculo, que se estreiam no palco.

Afonso Henriques, o primeiro Rei de Portugal é o herói desta narrativa, caracterizado neste texto pelo seu virtuosismo. A peça foca-se na sua luta pela conquista do território português e na forma como enfrenta os desafios que lhe vão sendo colocados: as guerras entre os povos, as imposições da Igreja, o litígio com a própria mãe que é encarcerada e a sua própria sucessão que deve ser legitimada por uma união “abençoada”.

“Todas estas questões são universais, ou não acha que a situação portuguesa está cada vez mais parecida com isto?” comenta Hélder Costa no final da apresentação à imprensa. Para o encenador, há três ilações principais a retirar deste texto. O primeiro tem a ver com a questão de unidade, e na forma como Afonso Henriques conseguiu a ligação pacífica entre os feudos que povoavam o norte do país. A segunda questão tem a ver com a recusa de Afonso Henriques em pagar a bula Papal que automaticamente o reconheceria como rei de Portugal. “Uma situação semelhante à que aconteceu com agora, quando surgiu uma figura que foi a Troika com as suas exigências…” refere o encenador. Por fim, a noção de multiculturalidade deste rei, que se popularizou pela forma tolerante com que tratou credos, etnias e religiões. “Essa foi, uma herança que passou para D.Sancho, o seu filho, também conhecido como O Povoador, o respeito pela forma com que são tratadas as origens das pessoas” acrescenta Hélder, em jeito de recado a quem acompanhe os focos de tensão que têm sido notícia pela Europa.

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Afonso Henriques estreia no dia 25 de abril, uma forma simbólica de homenagear a liberdade e a democracia. Conta no elenco com Adérito Lopes, João Maria Pinto, Rúben Garcia, Sérgio Moras e Samuel Moura, para além dos jovens alunos.

A peça pode ser vista de quinta-feira a sábado às 21h30 e aos domingos às 16h30. Os bilhetes custam 10 euros, 7 euros para estudantes, profissionais de teatro, menores de 25 anos e maiores de 65 anos, bem como reformados e grupos (+15 pessoas). Às quintas-feiras vigora o preço único de cinco euros.

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