Amadeus abre em grande temporada do TNDM II em Lisboa

A sala está às escuras, ao longe ouvem-se sussurros, sussurros de vozes que dizem um nome desconhecido para alguns, insignificante para outros e desprezado para os restantes … Salieri, Salieri, ouvem-se as sombras gritarem, de repente a luz vai subindo e vê-se um velho, decrépito e cansado no centro do palco … eis Salieri, mas quem é ele?

Este é o ponto de partida para a peça de abertura da nova época teatral do Teatro Nacional D. Maria II, Amadeus de Peter Shaffer, atualmente em cena na Sala Principal, e que apresenta um verdadeiro elenco de luxo.

Com encenação de Tim Carroll, a partir da obra de Peter Shaffer, a peça conta a história e as estórias de Wolfgang Amadeus Mozart, venturas e desventuras pela voz do seu maior inimigo e oponente – Antonio Salieri, a interpretar as duas personagens estão dois pesos pesados do teatro e do cinema nacional, Ivo Canelas no do compositor de Salzburgo e Diogo Infante no do compositor Italiano, numa das maiores e mais bem executadas transformações vistas em palco e em à frente do público.

Juntam-se a estes dois grandes atores, com atuações brilhantes e muito apreciadas pelo público, a “jovem e fresca” Carla Chambel, no papel de Constanza no papel de mulher de Mozart, completando assim o trio protagonista.

Durante cerca de 2h20 estes atores fazem-nos rir e pensar, nos defeitos e vaidades humanas, nos medos e mesquinhices, nos ódios e invejas, mas acima de tudo contam-nos e dão-nos a conhecer a vida e obra de um dos maiores compositores de todos os tempos – Mozart, o amado de Deus.

Integram ainda o elenco outros grandes nomes do panorama artístico nacional como João Lagarto – no papel de um cómico e às vezes um pouco ridículo imperador, Manuel Coelho, José Neves, Luís Lucas, Manuel Coelho, Martinho Silva, Rogério Vieira, entre outros.

Enriquece a peça, o guarda-roupa da autoria dos StoryTailors, que pretende ser o mais fiel possível dos trajes usados no século XVIII,  as peças de mobiliário e os trechos musicais da autoria de Mozart, escolhidos para complementar a narrativa.

No final, ovação de pé, com direito a várias chamadas ao palco e salvas de palmas para todo o elenco e para Mozart, cuja música nos acompanha na memória à saída. Um triunfo sem dúvida alguma neste início de temporada para o TNDM II e para o teatro português, que mostra assim estar em boa forma e recomenda-se.

A peça vai estar em cena até dia 6 de novembro de 2011, de quarta a sábado às 21h00 e domingo às 16h00 e os bilhetes podem ser adquiridos nos locais habituais, pela internet ou na bilheteira do teatro.

Texto de Elsa Furtado
Fotos de Isabel Rosa gentilmente cedidas pelo gabinete de imprensa do TNDM II
 
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