A Asta sobe ao palco do Cine-Teatro Avenida, em Castelo Branco, no dia 18 de junho, pelas 21h30, com a peça Lano kaj Nego. Uma criação de Miguel Pereira, a partir da obra A Lã e a Neve, de Ferreira de Castro, «símbolo para a identidade social e cultural da região da Beira Interior, para além de ser uma referência da literatura nacional.»
A peça acompanha o percurso de Horácio, de pastor ansiando um dia reunir as condições financeiras para poder ter a casa que sonha para viver com a sua família, até se tornar tecelão numa fábrica na Covilhã e confrontar-se com a dura realidade do operariado.
Enquadrada nos anos 40 do séc. XX, durante o período da Segunda Guerra Mundial e com a ditadura em Portugal como pano de fundo, olha-se para a serra isolada e para as condições precárias em que vivem aqueles serranos, e olha-se para o auge do mundo industrial e têxtil na Covilhã onde o trabalho se torna uma reivindicação social importante. Ferreira de Castro coloca-nos perante a busca incessante dos homens e das mulheres por melhores condições de vida, esperando que um dia chegue esse tal “mundo novo” a que todos aspiram.
Lano kaj Nego é a tradução de A Lã e a Neve na língua esperanto. O esperanto é referido na obra, através de um personagem emblemático e fulcral para a narrativa, Marreta, que representa a busca dos ideais progressistas que Ferreira Castro subliminarmente insere. O esperanto é uma língua artificial criada como uma tentativa de projetar uma língua universal.
A peça conta com direção de Miguel Pereira, texto de Ferreira de Castro e as interpretações de Bruno Esteves, Carmo Teixeira e Sérgio Novo.
A peça, para maiores de 12 anos, tem aproximadamente 60 minutos, e os bilhetes estão à venda por 5 euros.