Bryan Adams Em Lisboa Mostrou Porque Está Na Galeria Dos Imortais

Reportagem de Elsa Furtado (Texto) e Tânia Fernandes (Fotos)

Bryan Adams
Bryan Adams

Um concerto de Bryan Adams é sempre uma aposta segura para os fãs de música, nos concertos do músico canadiano quem vai já sabe mais ou menos com o que pode contar, um bom concerto e um bom momento musical, mas desta vez Bryan foi mais longe e protagonizou um excelente, fantástico concerto, podemos mesmo afirmar. Um momento memorável para os verdadeiros apreciadores de música e do rock.

Do alto dos seus 65 anos, feitos recentemente este mês, o cantor durante cerca de duas horas e meia, apenas acompanhado de 3 músicos em palco, (vestido com uma tshirt e umas calças de ganga brancas simples e ténis), mostrou porque faz parte da galeria dos imortais, ao protagonizar um concerto que cumpriu e excedeu as expectativas dos presentes na Altice Arena, no passado domingo (dia 24).

O alinhamento, de quase 30 canções, reunia os melhores e mais icónicos temas de uma já longa carreira, com cerca de 48 anos de existência, e foi ver o público a cantar e a acompanhar o músico em praticamente todos os temas.

O concerto começou com “Kick Ass”, seguido de “Can’t Stop This Thing We Started”, do álbum de 1991 – Can’t Stop This Thing We Started, seguiram-se “Somebody”, “18 Til I Die” e o primeiro tema romântico da noite “Please Forgive Me”, e depois “Tonight”, numa viagem pelos álbuns mais antigos, e pelo rock mais “puro”.

Pelo meio o cantor foi falando com o público, misturando algumas palavras em português,  para mostrar que não esqueceu a nossa língua e o nosso país. “Olá, o meu nome é Bryan …. sou do Canadá, estes foram os melhores 4 concertos da So Happy It Hurts Tour” (disse referindo-se a estes quatro concertos que deu em Portugal).

Seguiu-se um momento muito emotivo, quando Bryan partilhou com os fãs: “Escrevi esta música para o meu pai, que morreu há 5 anos, podemos dedicá-la a quem partiu, a quem amámos, a quem quisermos, até às crianças de Gaza” … e “Shine a Light” ecoou pela Arena, iluminada pelas luzes dos telemóveis.

O concerto continuou com “Take Me Back” e “Heaven”, onde brincou com a sua idade, e disse ter escrito a música aos 23 anos, e depois “Go Down Rockin”.

Em “It’s Only Love” o cantor fez uma homenagem a Tina Turner, com quem andou em tournée aos 25 anos, misturando acordes de “Simple The Best” e “What’s Love Got to Do with It” com a sua música, um grande momento de rock com Bryan e o seu velho companheiro Keith Scott a darem um “show” de guitarra.

Próximo tema, e Bryan pergunta “Are you ready?”, “Let’s Dance” e os acordes de “You Belong to Me”, numa versão combinada com “Blue Suede Shoes” (num tributo a Elvis Presley) soam pelo recinto, proporcionando um dos momentos mais divertidos da noite, com os homens (e algumas mulheres também) a tirarem as camisolas e a balançarem-nas no ar, ao mesmo tempo em que íam aparecendo projetatos no grande ecrã instalado no palco.

E o concerto continuou: “Cloud Number Nine”, “Rock and Roll Hell”, “The Only Thing That Looks Good on Me Is You”, “Here I Am” em versão acústica, num momento muito intimista, de guitarra em riste e apenas acompanhado ao piano; seguido de “When You’re Gone”, também no mesmo registo.

“Always Have, Always Will” e o icónico  “Everything I Do I Do It for You”, eternizado no filme Robin Hood – O Príncipe dos Ladrões, protagonizado por Kevin Costner, com o músico a vir cantar para a plateia.

“Back to You”, “So Happy It Hurts” – tema que dá nome à digressão, teve direito a passeio de um carro insuflável no “céu” do pavilhão, e “Run to You” foram os temas que se seguiram, sempre com o público a vibrar.

Tema seguinte, ouvem-se acordes numa guitarra espanhola, e o ritmo do flamenco é facilmente identificável. “Woman” do filme Don Juan DeMarco com Marlon Brando, Johnny Depp e Faye Dunaway, e que terminou com Bryan a brincar : “Do you really love a … Portuguese woman.”

A entrar na reta final, chegamos ao “Summer of ’69”, uma das canções mais emblemáticas do músico sobre os tempos que viveu em Portugal – “Os mais felizes da minha vida”, quase colada a “Cuts Like a Knife”. Momento saudosista da noite, quando Bryan agradece a todos por ter vindo, e partilha uma sessão de slides da sua infância em Portugal, entre 1966 e 1970, da sua casa em Birre, da escola e das idas à praia do Guincho (um momento já habitual para quem não falta a um concerto de Bryan no nosso país), desta vez com direito a beijinhos da mãe de Bryan.

“Straight From the Heart” (a solo com harmónica e guitarra) e “All for Love” (sem Rod Stewart e Sting presentes fisicamente mas presentes em espírito) foram os temas escolhidos para fechar o alinhamento, que contaram com o acompanhamento do público.

Mas … Bryan não se vai embora, está a gostar da “festa” e toca “Can’t Take My Eyes Off You”, na companhia da sua banda, e foi com toda a gente a dançar, a cantar e a bater palmas que o concerto se encaminhou para o fim.

Bryan despede-se com “Obrigado Lisboa!”, e de bónus “oferece” mais uma música aos fãs, que se encontravam mais que rendidos ao seu talento e magnetismo: “The Best of Me”.

Um concerto magnífico, em que o rock foi a estrela, e Bryan o seu protagonista, sem grandes produções e efeitos … pois tal como dizia alguém há poucos dias… “É na simplicidade que está a maior riqueza”, e Bryan Adams de 65 anos, músico natural do Canadá, provou isso mesmo, de branco vestido, de guitarra em riste, com a sua voz e 3 companheiros em palco.

Um verdadeiro imortal!

………

Let’s make it all for one and all for loveLet the one you hold, be the one you wantThe one you need
‘Cause when it’s all for one, it’s one for allWhen there’s someone that should knowThen just let your feelings showAnd make it all for one and all for love
When it’s love you makeI’ll be the fire in your nightThen it’s love you takeI will defend, I will fight

“All for Love”

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