A Casa-Museu Medeiros e Almeida, em Lisboa, recebe até 13 de novembro, um ciclo de exposições temporárias intitulado Estufa, que engloba cinco intervenções distintas e sucessivas de jovens artistas contemporâneos.
Partindo do conceito de “Estufa” como espaço de controlo de temperatura para a germinação de natureza, que recebe luz do exterior e permite olhar para fora, estes cinco artistas reinterpretam o espaço museológico com as suas práticas e investigações artísticas.
A primeira exposição cabe a Luísa Jacinto com Casa, uma instalação concebida especificamente para o espaço da Casa-Museu Medeiros e Almeida que se desdobra por duas assoalhadas estabelecendo diversas relações de descoberta e sentido à medida que o observador encontra as intervenções que compõem o seu projeto.
Segue-se Camuflagem de Isabel Simões, entre 3 de maio e 5 de junho, com uma proposta de pinturas contemporâneas que reevocam a natureza e imiscuem-se, como uma espécie de camada preceptiva, na contaminação de representações, contrastes e texturas que revestem as superfícies do espaço e objetos da coleção.
A terceira exposição, Esgravatar, começa a 7 de junho e encerra a 3 de julho. Nesta exposição de Diogo Bolota, o espaço da capela convocará a iniciação a uma prática possível de daltonismo. Encontrar-se-ão transformações, transfusões, anulações de cor dos símbolos da capela, agora convocados para essa prática. “Esgaravatar” é descobrir um segredo em torno da cor; um rodear de situações de confronto entre cores que, ao serem justapostas, acabam por se anular.
Entre 20 de setembro a 16 de outubro é a vez de Vítor Reis pôr-nos na presença de À Deriva, mas «À deriva não por estar perdido, à deriva por estar liberto.», sublinha o artista. Nesta exposição apresenta um conjunto de trabalhos recentes em cerâmica que aspiram, de uma forma “desprendida”, mostrar um conjunto de narrativas que ao surgirem da interpretação uma estratégia didática sugerem também a hipótese de uma libertação desta.
O ciclo de exposições encerra com Secção, de Paulo Lisboa, patente de 18 de outubro a 13 de novembro. O artista explora ao máximo as possibilidades plásticas da matéria que utiliza enquanto instrumento de desenho, seja esta grafite, xisto ou qualquer outro material que se propõe a aprofundar.
O ciclo de exposições ESTUFA é composto por: Casa, de Luísa Jacinto de 5 de abril a 1 de maio; Camuflagem, de Isabel Simões, de 3 de maio a 5 de junho, Esgaravatar, de Diogo Bolota, de 7 de junho a 3 de julho, À Deriva, de Vítor Reis de 20 de setembro a 16 de outubro e Secção, de Paulo Lisboa, de 18 de outubro a 13 de novembro.
Para ver na Casa-Museu Medeiros e Almeida, em Lisboa, de segunda a sexta, das 13h00 às 17h30 e aos sábados das 10h00 às 17h30. A entrada no Museu custa 5 euros.
Texto de Ana Filipa Correia