A tendência é cada vez maior, especialmente no estrangeiro e Portugal parece segui-la. Exposições interativas e imersivas, que envolvem o visitante e dão vida a obras de arte, é a aposta cada vez mais frequente das instituições e galerias, como é o caso da nova Dalí Cybernetics, agora inaugurada na Immersivus Gallery.
Esta é uma mostra diferente daquelas que podemos encontrar num museu tradicional, fazendo talvez por isso dela, uma mostra mais apelativa, e em alguns pontos mais completa.
Dalí Cybernetics começa com uma introdução e contextualização histórica e biográfica sobre Salvador Dalí, nascido na Catalunha em 1904 e falecido em 1989, e considerado um dos mestres do Surrealismo. Conhecido por “ter retratado um mundo de sonho no qual objetos comuns são justapostos, deformados ou metamorfoseados de uma forma bizarra e irracional, meticulosamente retratados e posicionados em paisagens que remetiam para a sua terra natal, a Catalunha”.
“Dali Digital e Imersivo” é a primeira sala do percurso, que nos apresenta o artista e a sua obra, seguem-se outras etapas, que vão envolvendo o visitante, através de vídeos, sons, objetos, instalações interativas, e Realidade Virtual (muito semelhante ao que podemos encontrar no Museu Dalí nos Estados Unidos), e que nos faz mergulhar na mente e na obra de Dalí, terminando num espetáculo multimédia, que revisita a sua obra.
Os universos paralelos, a física quântica, a quarta dimensão, ótica, geometria sagrada ou sequenciação de ADN, são alguns dos temas abordados, numa combinação de Ciência com Arte.
Vivo com os olhos bem abertos e lúcidos, sem vergonha, sem arrependimentos e contemplo a minha própria existência.
Salvador Dalí
Destaque para uma “reinterpretação colaborativa da Cyber Princess de Dalí”, e para a presença da obra A Persistência da Memória (1931), “na qual relógios derretidos repousam numa paisagem estranhamente calma”, uma das obras mais conhecidas do pintor, em vários momentos da exposição.
A mostra Dalí Cybernetics conta com mais de 150 obras e é comissariada por Imma Fondevila e Anna Pou, em estreita colaboração com o Centro de Estudos Dalinianos da Fundação Dalí, e produzida pelo ateliê Layers of Reality em colaboração com artistas digitais e estúdios como Antiloop, Blit Studio, Tururut e Burzon Comenge, entre outros, com banda sonora de Rafael Plana, e apresentada em Portugal pelo atelier OCUBO, na Immersivus Gallery, instalada no Museu da Água – Reservatório da Mãe D’Água das Amoreiras.
Pode ser vista de terça a sexta-feira, entre as 16h30 e as 19h00, e ao sábado e ao domingo entre as 15h30 e as 19h00, com sessões de 30 em 30 minutos. Os bilhetes custam entre 8 euros e 15 euros, mas de 9 a 12 de novembro terão o custo único de 10 euros, a partir dos 3 anos, e podem ser adquiridos online e no local.
De referir ainda que, no mesmo dia da abertura da exposição ao público, estrou nas salas de cinema nacionais o filme Daliland – A Vida Boémia de Salvador Dalí, com Ben Kingsley, Barbara Sukowa e Ezra Miller, inspirado nos últimos anos da vida de Salvador Dalí e no seu casamento com Gala, com realização da canadiana Marry Harron.