A 50º longa-metragem da Disney – nos 73 anos de existência da produtora norte-americana – estreou ontem e apresenta uma adaptação deRapunzel, dos irmãos Grim. Esta é uma das mais divertidas histórias algumas vez já contadas em desenhos animados, com os bonecos a fazerem lembrar os grandes filmes clássicos da Disney, como A Bela Adormecida. O filme tem a particularidade de ser muito diferente dos da animação digital, como o Toy Story, embora seja seja uma animação feita a computador em 3D.
Entrelaçados – Tangled, em inglês – esteve para se chamar Rapunzel Unbraided, que significa Rapunzel Endiabrada, o que realmente é um título que não lhe ficaria nada mal, pois parece que a nova heroína da Disney, para além de ter uns lindos cabelos mágicos e dourados, é muito energética e tem muito mau feitio.
Realizado por Nathan Greno e Byron Howard, este filme conta com duas das mais engraçadas personagens da Disney, sendo elas Rapunzel e o ladrão Flynn Rider. Rapunzel possui uns cabelos mágicos com mais de 20 metros de comprimento, que lhe permitem ficar jovem para toda a eternidade, mas para isso não podem ser cortados. Assim sendo, a Mãe Gother, uma bruxa malvada que inveja a beleza de Rapunzel, prende-a na torre mais alta do reino, onde esta vai viver durante toda a vida… ou pelo menos até aparecer Flynn Rider, o vilão e o herói da história, que é o bandido mais procurado (e mais encantador) do reino e que, apenas por mero acaso, vai libertar Rapunzel da torre. Ambos vão viver aventuras mágicas, sempre acompanhados das respectivas mascotes, um supercavalo-polícia e um camaleão muito protector… tudo com muito cabelo à mistura.
Nos Estados Unidos o filme ultrapassou já a última sequela do aprendiz de feiticeiro, Harry Potter e as Relíquias da Morte-Parte 1, tendo arrecadado 21,5 milhões de dólares em apenas três dias e alcançando o primeiro lugar nas vendas das bilheteiras.
Com um investimento perto dos 200 milhões de euros, este é o filme de animação mais caro feito até agora, justificado com o facto de a Disney pretender combinar o melhor de dois mundos, isto é, o traço das suas antigas histórias de princesas e a tecnologia 3D do actual cinema animado.
Quem também está bastante animado com a chegada do filme Entrelaçados às salas de cinema são os cantores Anabela, Henrique Feist e Helena Montez e os actores Bárbara Lourenço, Pedro Caeiro e Rita Alagão, que são alguns dos donos das vozes da dobragem portuguesa – a única versão existente nas salas portuguesas –, que foi dirigida por Carlos Freixo. O C&H falou um pouco com as vozes das personagens deste filme e pôde perceber que este é o filme de Natal eleito por todos eles.
Rendidos às suas personagens, ninguém hesita em afirmar que este será um dos grandes êxitos desta quadra, estando já entre os nomeados dos Globo de Ouro de 2011, na categoria de Melhor Animação, juntamente com Toy Story 3, Como Treinares o Teu Dragão, Gru – O Maldisposto e O Mágico (que estreia dia 23).
Quem garante ainda não ter despido a pele da sua personagem é Bárbara Lourenço, que faz a voz da Rappunzel (Anabela faz as partes musicais), uma personagem que diz ser “cinco estrelinhas”, talvez por ter algumas coisas em comum com ela: “assim como eu, ela também fala muito, é muito emotiva, impulsiva, mas no fundo até é muito terna”, indica a actriz, acrescentando que “de início até tive que ficar um pouco mais calma, porque ainda consigo ser mais eléctrica do que a Rapunzel”.
Acima de tudo, Bárbara Lourenço garante ter ficado “super contente” de ter sido escolhida para fazer a Rapunzel: “Esta é a minha primeira princesa da Disney e a primeira em 3D, até porque é inédito ver uma princesa neste formato”, explica.
Para Bárbara Lourenço os ingredientes para o sucesso estão lá todos: partes cómicas muito divertidas, romance, aventura e uma mensagem positiva muito importante, que é: “conheçam o mundo lá fora, vivam o momento e aproveitem. Em suma, é o filme ideal para o Natal, tanto para pais, como para crianças… todos se vão divertir”.
Pedro Caeiro, que é como quem diz Flynn Rider, também está encantado com a sua personagem, que considera “muito interessante, porque não é um principe encantado convencional, é um ladrão e fanfarrão que se apaixona pela Rapunzel e que no fim vem mostrar um faceta romântica que ninguém estaria à espera. Isto só vem comprovar que os homens são uns românticos”, comenta divertido.
Para o actor, o grande desafio consiste em “conseguir fazer com que as personagens fiquem credíveis, apesar de não terem sido feitas para a nossa voz”. No entanto, garante que no final, a versão dobrada “tem tanto ou mais brilho do que a original”.
Por outro lado, Henrique Feist, que canta as músicas de Flynn Rider, garante que mais do que complicado, este tipo de participação é sempre gira pelo desafio que representa, “principalmente no meu caso, que tive que tentar ir de encontro à voz feita pelo Pedro Caeiro, o que complica um pouco mais as coisas”. No entanto, no final o saldo é positivo, de tal forma que Henrique até já se sente confiante quanto ao filme de animação que vai ganhar o Globo de Ouro: “Só pelo dueto romântico que o Flynn Rider e a Rapunzel fazem no filme, certamente que o Globo já está garantido. A canção está realmente muito bem conseguida”.
Quem também faz questão de ‘puxar a brasa à sua sardinha’ é Rita Alagão e Helena Montez, responsáveis pela voz e canções da Mãe Gother, respectivamente. Aliás, ambas garantem que esta é, sem dúvida, “A Personagem”, até porque, segundo Rita, “mesmo não se gostando desta personagem é ela que cria a condução da linha da história, pelas condicionates que provoca, nomeadamente pelo encarceramento da Rapunzel”.
E se Helena Montez considera esta personagem “riquíssima pelas mudanças de humor extremas, apesar de ser um bocadinho esquizofrénica”, já Rita Alagão não tem dúvidas que “apesar de vilã, muitas pessoas não se importariam de ser como ela, pelo menos durante dois minutos, pois se ela fosse uma aranha, tecia uma teia de fios de seda tão lindos e altamente apelativos que qualquer insecto teria vontade lá ir, acabando por cair”.
Com os artistas rendidos, estão assim lançados os ingredientes para mais um sucesso de bilheteira da Disney, que promete ser o filme de eleição deste Natal. O C&H já viu e aprovou.
Texto e fotos por Cristina Alves