Arrancou ontem a IX edição do DocLisboa 2011, que se vai prolongar até dia 30 de outubro, em algumas salas lisboetas como a Culturgest, o cinema Londres, o Teatro do Bairro, e o cinema São Jorge. As honras da abertura, que teve lugar na Culturgest, couberam ao filme Crazy Horse, de Frederick Wiseman. Amanhã dia 22 é a vez do S. Jorge receber o filme George Harrison: Living in the material world pt.1, de Martin Scorsese, pelas 22h00, na Sala Manoel de Oliveira, na inauguração da seção Heartbeat, na qual estão a concurso dezassete primeiras obras, das quais quatro fazem parte da Competição Portuguesa – composta por seis longas e médias metragens.
Esta edição conta com uma grande novidade é a apresentação É Na Terra Não É Na Lua, de Gonçalo Tocha – um filme português na Competição Internacional, uma obra de relevo sobre os habitantes da ilha do Corvo. O filme irá competir, entre muitos outros, com Vol Spécial, de Fernand Melgar, Territoire Perdu, de Pierre-Yves Vandeweerd, Sonnensystem, de Thomas Heise e Tahrir, de Stefano Savona.
Na secção Investigações apresentam-se filmes com temas tão importantes como Guantánamo, com You Don’t Like the Truth – 4 Days inside Guantánamo, de Luc Côté e Patricio Henríquez – a situação dos palestinianos em Israel, com Rechokim, de Ruthie Shatz e Adi Barash, passando pela história de um potencial candidato à presidência dos Estados Unidos envolvido num escândalo sexual – Client 9: The Rise and Fall of Eliot Spitzer, de Alex Gibney.
O cinema português é também apresentado na secção Selecção Portuguesa – Sessões Especiais Fora de Competição, onde serão vistos filmes como Jorge Salavisa – Keep Going, de Marco Martins, ou Em Trânsito, de Solveig Nordlund.
Diversos realizadores como Frederick Wiseman, Ross McElwee, Fernand Melgar, Thomas Heise entre outros, marcam presença no Festival. Na secção Riscos encontram-se obras singulares como Aterro do Flamengo, de Alessandra Bergamaschi, descoberto no Festival É Tudo Verdade, no Brasil, e O Nosso Homem, de Pedro Costa.
A Retrospectiva Movimentos de libertação em Moçambique, Angola e Guiné-Bissau (1961-1974) reúne uma selecção importante e original do cinema das guerras de independência, como Festival Panafricain d’Alger, de William Klein e Behind the Lines, de Margaret Dickinson. No dia 28 de outubro às 21h30 haverá uma mesa redonda sobre este tema com os realizadores convidados da Retrospectiva dedicada a Jean Rouch.
Em paralelo ao festival decorre a exposição composta por três instalações: Três Duplas Projecções na Galeria Palácio Galveias.
A secção Heartbeat visita todos os géneros musicais, do hip-hop à música clássica, passando pelo jazz, pop e punk. Vão também ser realizadas homenagens a Richard Leacock em Monterey Pop e Thomaz Farkas em Pixinguinha, ambos cineastas falecidos este ano.
O DocLisboa 2011 tem muitas actividades paralelas, como sessões para escolas, debates, Lisbon Docs, workshops, mostra de documentários CPLP e festas. A videoteca do festival tem cerca de 1.350 títulos disponíveis para visionamento.
Texto de Clara Inácio