Quase a chegar à última paragem, o Expresso do Outono andou, afinal, em digressão durante mais de um ano. Percorreu todo o país e, esta quinta feira, animou o Coliseu dos Recreios. Jorge Palma tem levado a locomotiva a bom ritmo.
Poucos estariam a assistir a um concerto do Jorge Palma pela primeira vez. É daqueles artistas cujo grupo de seguidores não se cansa de o ir ver, mais uma vez. Ouvir sua poesia cantada, gritar-lhe elogios durante as pausas entre músicas (“És o maior!”, “És lindo!”), acompanhá-lo em coro, nas canções mais antigas. E foi numa espécie de embalo coletivo, que a viagem decorreu, esta noite de quinta feira, no Coliseu dos Recreios. Na cadência ajustada, sem sobressaltos, sem surpresas e a transbordar de emoção.
“Boa noite! Ainda bem que vieram” cumprimentou Jorge Palma, no início da noite. Sempre que a música se cala, as luzes acendem-se, e deixam artistas e público num frente a frente. A alinhamento segue a estrutura deste espetáculo Expresso do Outono. “Dá-me Lume”, “Boletim Meteorológico”, “Só”, “Trapézio” e a cada tema foi juntando mais músicos em palco.
A meio do concerto, houve momentos mais intimistas, como o dueto com Pedro Vidal em “Quem És Tu, De Novo”. O Pedro cedeu depois lugar a Gabriel Gomes e a “Canção de Lisboa” foi cantada por todos. Ficou completamente sozinho, ao piano, em “Estrela do Mar”, com uma bola de espelhos a criar a ilusão de imersão, na bonita sala do Coliseu. Vicente e Jorge Palma deram, de seguida, um dos mais ternos momentos da noite, ao partilhar o mesmo banco e a tocar, a quatro mãos, ao piano, “O Meu Amor Existe”.
“Encosta-te a Mim”, “Frágil” e “Deixa-me Rir” voltam a trazer os músicos que o acompanham ao palco e a criar o ambiente de festa, no Coliseu.
Já mais perto do final do concerto, ficamos a saber que tem novos temas e que conta apresenta-los em breve. Dois encores concluem a noite. Pedro Vidal (guitarras e direção musical), Gabriel Gomes (acordeão), Vicente Palma (guitarra e teclados), Nuno Lucas (baixo), Tomás Pimentel (sopros) e João Correia (bateria) juntaram-se num semi-círculo, à volta de Jorge Palma o palco ficou mais iluminado. O público sabia e acompanhou as letras de sempre: “Portugal, Portugal”, “A Gente Vai Continuar”, “Jeremias, o Fora da Lei” e o divertido “Quero o Meu Dinheiro de Volta”.
O Expresso do Outono ainda vai ao CAE da Figueira da Foz, no dia 14 de dezembro.