Plumas, chapéus cor-de-rosa e muita purpurina. Harry Styles voltou com a Love On Tour e o público português engalanou-se para o receber. Há meses que os 60 mil bilhetes para o Passeio Marítimo de Algés se encontravam esgotados.
Foi uma noite de festa, feita com grandes êxitos pop. As écharpes de plumas saíram à rua em força e deram um colorido singular ao recinto. Roupas brilhantes ajudaram a compor um cenário vibrante. Sinal de que além de admirarem as suas músicas, os fãs de Harry Styles são seguidores do seu estilo. O cor-de-rosa era predominante num leque pouco habitual, em concertos de pop rock.
Ídolo de moda, Harry Styles incentiva a que, nos seus espetáculos, cada um possa expressar a sua personalidade através da roupa. Lisboa recebeu a mensagem e respondeu à altura das expectativas.
Esta liberdade traduziu-se num concerto pleno de alegria, com a multidão a irradiar felicidade.
A banda entrou em palco à hora marcada e as atenções concentraram-se no “menino de ouro”. O cantor, compositor e ator britânico iniciou a sua carreira musical em 2010 como concorrente a solo na série britânica de competição de música The X Factor, na qual não lhe foi reconhecido qualquer talento.
O sucesso chegou mais tarde, quando se juntou a outros quatro concorrentes eliminados naquela que foi uma das boy’s band mais lucrativas de sempre: os One Direction.
O seu primeiro álbum a solo, homónimo, chegou em 2017. Sucedem-se Fine Line em 2019 e Harry’s House em 2022. Esta digressão arrancou em setembro de 2021 e deveria ter terminado no final de 2022, no entanto acabou por ser estendida até 2023. Tal como o cantor referiu, ao longo da noite, Lisboa foi o penúltimo espetáculo.
Percebia-se algum cansaço no cantor, mas também uma postura altamente profissional de quem leva o público muito a sério. Assim que Harry Styles subiu ao palco, a energia no recinto disparou e Harry levou os fãs ao histerismo com grande facilidade.
Além de uma boa capacidade vocal, tem uma presença em palco cativante e todos conhecem e cantam as suas músicas. Abriu com “Daydreaming”. Entrou de calças e colete de lantejoulas, a espalhar uma mensagem plena de pop.
“Boa noite! Quero ver todas as pessoas aos saltos!” pega na guitarra e avança com “Golden”. Esteve sempre muito comunicativo, ao longo da noite. Prometeu diversão e cumpriu.
Em “Adore you” deixou o público cantar-lhe o refrão para, no final, por a mão na anca, um ar maroto e responder “ooook!”.
Convidou a banda de suporte, os Wet Leg, para se juntarem em palco em “Wet Dream”, numa prestação um tanto ou quanto desastrosa, mas que acabou por ser divertida. Percebendo a situação, acabou por lhes pedir para ficar para mais uma, e seguiram para “Daylight”.
“Thank you” e “Obrigado” foram expressões muito ouvidas durante todo o concerto. Quis agradecer, em especial, à forma como é sempre tão bem recebido em Portugal. Seguiu-se uma emocionante versão de “Matilda”.
Deixou, depois as baladas de lado, para voltar a pôr o público a dançar com “Satellite” e “Late Night Talking”. Harry Styles quer depois saber que mensagens lhe trazem esta noite e é hora de se erguerem os cartazes. Depois de uma aniversariante, o cantor dá eco a um dos seus temas de eleição: uma admiradora que pede ajuda para se assumir. Com a bandeira LGBT em punho, Harry improvisa uma música de celebração da liberdade desta jovem.
Segue-se “Cinema”, “Music for a Sushi Restaurant” e “Treat People With Kindness”. Descemos depois a Avenida da Memória, quando recupera “What Makes You Beautiful”, um dos temas mais conhecidos de One Direction .
Pede depois uma pausa para recuperar o folego e apresentar a banda, com um número considerável de elementos femininos.
Harry Styles tem a capacidade para nos mergulhar numa balada triste, mas bonita, capaz de fornecer apoio emocional. E de imediato voltar a trazer a multidão para a loucura vertiginosa da dança e da animação.
A “Grapejuice”, e “Watermelon Sugar” seguiu-se uma bonita versão de “Fine Line”, com um final arrepiante. Em encore, com muito boa disposição, o cantor explicou logo o que ia acontecer de seguida “quero fazer agradecimentos, damos-vos mais um bocadinho de música e depois podem ir! Estão livres de fazer o que quiserem!”.
“Sign of the Times”, “Medicine”, “As It Was” e “Kiwi”. O final de um concerto de Harry Styles é como o fecho daquelas festas de arromba. Há plumas coloridas pelo chão, que se foram libertando nos movimentos efusivos, há milhares de telemóveis que esgotaram a capacidade de armazenamento e um ambiente alegre e livre. Ficou a promessa de um regresso.