A acção de A Noite das Mulheres Cantoras decorre no final dos anos 80 do século XX e invoca a força da idolatria e a construção do êxito visto a partir do interior de um grupo da área da música, composto por seis personagens, narrado 21 anos mais tarde, na forma de um monólogo. No centro da estória estão Solange de Matos e João de Lucena, o casal de apaixonados da trama, que vai viver um romance comovente.
Durante a apresentação do romance, o professor Carlos Reis destacou que, “o romance recupera-se pelo tempo do narrador, é um tempo colectivo de um Portugal no final dos anos 80” e perde-se em frases como, “Na história de um bando existe a história de um povo” e encontra-se “Numa noite de glória e triunfo encontram-se quatro mulheres que vivem o reino do efémero”, mas este livro não é só esta quatro mulheres nele residem segredos sobre a descoberta do mundo e dos outros, da perda da inocência.
Sobre este seu novo livro, Lídia Jorge confessou que “contar uma história é uma forma argumentativa sem substituto” e que continua a acreditar que “o livro tem um grande futuro, porque é um espaço de silêncio, escrito em silêncio” e afirma ainda que “o ruído é tão grande que os projectos de silêncio têm de ter o seu espaço.
A autora referiu ainda que “as pessoas estão demasiado mergulhados na realidade e precisamos da ficção” e que este seu livro é mais um desafio, a começar pelo título A Noite das Mulheres Cantoras, que é por si só um aparente romance feminino, no entanto, Lídia Jorge aposta que em breve irá ver vários homens com o seu livro debaixo dos braço pois “só os homens cultos lêem ficção”.
Por Margarida Vieira Louro