O Estranho Caso de Angélica foi o filme escolhido pela RTP para homenagear o realizador Manoel de Oliveira, hoje falecido, na sua casa do Porto, com 106 anos de idade.
O filme, de 2010, conta com as interpretações de Isabel Ruth, Leonor Silveira, Luís Miguel Cintra, Pilar López de Ayala, Ricardo Aibéo, e Ricardo Trêpa (neto do realizador).
Também a Academia de Cinema nacional vai homenagear o realizador hoje, durante a cerimónia de entrega de Prémios Sophia 2015, que decorre no CCB.
Manuel Cândido Pinto de Oliveira nasceu no Porto, a 12 de dezembro de 1908. Aos vinte anos foi para a escola de atores fundada no Porto por Rino Lupo, o cineasta italiano e um dos pioneiros do cinema português de ficção. Adquiriu formação técnica nos estúdios da Kodak, na Alemanha e, mantendo o gosto pela representação, participou como ator no segundo filme sonoro português, A Canção de Lisboa (1933), de Cottinelli Telmo. Começou a sua carreira de realizador em curtas-metragens em 1931, com o filme Douro, Faina Fluvial.
Aniki-Bobó; ; O Passado e o Presente; Amor de Perdição; Os Canibais; Non, ou a Vã Glória de Mandar; A Divina Comédia; O Dia do Desespero; Vale Abraão; Porto da Minha Infância; O Quinto Império – Ontem Como Hoje; Cristóvão Colombo – O Enigma; O Estranho Caso de Angélica; O Gebo e a Sombra; Momento (2002) são apenas alguns dos títulos que fazem parte da sua vasta filmografia.
Por filmar ficaram A Igreja do Diabo ( com Fernanda Montenegro e Lima Duarte), A Ronda da Noite, baseado em Agustina Bessa-Luís e um projeto sobre o papel das mulheres nas vindimas.
Em 2013, Manoel de Oliveira tinha recebido o único Prémio Mérito e Excelência atribuído pela Academia Portuguesa de Cinema, a juntar a tantos outros que recebeu ao longo da vida, em Portugal e no estrangeiro.
A sua obra há muito tinha entrada nos Anais da História do Cinema tornando-o imortal. Agora, fica a Memória e a Lembrança. Descanse em Paz.
Por Elsa Furtado
