A 9ª edição do MOTELx chegou ao fim este domingo com a atribuição do Prémio MOV MOTELx para Melhor Curta de Terror Portuguesa a Miami, sobre uma adolescente que deseja ser famosa a todo o custo.
O vencedor, escolhido “pela sua capacidade de criar densidade em redor das personagens”, foi anunciado pelo jurí composto por Albano Jerónimo, Kier-La Janisse (programadora do Fantastic Fest e fundadora do CineMuerte) e Mike Hostench (director do Festival de Sitges), que consideraram que a curta fornece uma resolução satisfatória mas deixa também a possibilidade da história continuar, abrindo espaço ao desenvolvimento da personagem principal e sua mitificação tal como esta desejava.
Simão Cayatte recebeu o troféu agradecendo a todos os envolvidos, e destacou o significado de exibir o seu filme na Sala Manoel de Oliveira: “eu sempre amei esta sala, era um ritual de família vir a esta sala, e sentar-me na fila D e ver o James Bond e esses filmes todos”. O valor monetário do prémio foi de 5000 euros juntando-se a um fim de semana de inspiração num dos Hotéis Belver, e a curta ficou automaticamente seleccionada para o Méliès d’Or de Melhor Curta-Metragem Europeia, atribuído anualmente pela Federação Europeia de Festivais de Cinema Fantástico (EFFFF).
O júri atribuiu ainda uma menção honrosa a Andlit, de João Figueira (o mais jovem cineasta de sempre em competição, com 17 anos), uma animação que mistura terror e tragédia de forma pouco convencional.
Finda a exibição do vencedor, as atenções voltaram-se para o mais recente filme de Eli Roth, Knock Knock, um home invasion protagonizado por Keanu Reeves: Evan tem a vida perfeita, mas tudo muda quando subitamente lhe batem à porta e duas jovens mulheres entram na sua casa e na sua vida fazendo-o vivenciar um crescente pesadelo. Após a sessão a celebração continuou no Lounge em frente ao Cinema onde se pôde beber e dançar em despedida ao festival.
Com clássicos de Richard Stanley, estreias de Takashi Miike ou Shion Sono, e inúmeras novidades, de The Visit na abertura a Knock Knock no encerramento, foi possível ver terror para todos os paladares, abrangendo os mais diversos temas e subgéneros. Houve novas masterclasses, conversas e workshops, animação para a pequenada, mais uma divertida noite de jogos de terror para os graúdos, e uma sessão verdadeiramente especial de The Rocky Horror Picture Show onde se dançou, gritou, cantou, ou atirou rolos de papel higiénico ao ar. Foram assim muitas as emoções disponíveis neste festival, como sempre, num menu com pratos normais, fortes ou extra-fortes que poucas oportunidades se têm de encontrar noutras salas, deixando a sede do regresso com a expectativa de novas surpresas, horrores e convidados.
Organizado desde 2007 pelo CTLX e ganhando cada vez mais notoriedade, mais público e mais sessões esgotadas, o MOTELx voltou a assombrar o Cinema São Jorge ao longo de seis dias, trazendo inúmeras horríficas obras a aficionados do terror, cinéfilos e curiosos, e regressará certamente em força em 2016: mais uma vez, aguardamos a sequela.
Texto de Sara Peralta