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Miss Jappa – Sushi No Príncipe Real

Reportagem de Tânia Fernandes (Texto e Fotos)

Miss Japa

Miss Jappa vive no nº5 da Praça do Príncipe Real. É neste pequeno espaço que Anna Lins, a mais conhecida sushi woman portuguesa, reinterpreta o seu interesse pela cultura gastronómica japonesa.

A fachada portuguesa da entrada do restaurante, forrada a azulejos contrasta com a decoração interior. O ambiente é sereno, lá dentro, geometricamente organizado. Nove mesas quadradas, de madeira, numa primeira sala, dispostas de forma simétrica. Numa das paredes, quinze espaços da mesma dimensão onde se arrumam produtos para consumir na casa e outros apontamentos orientais.

A parede em frente é um espelho, que cumpre a tarefa (impossível) de tentar alargar o espaço e multiplica as formas geométricas. Há candeeiros colocados de forma equidistante e um letreiro luminoso a indicar “Miss Jappa”.

De um espaço cromaticamente neutro sobressai uma cor: o vermelho. O outro tom vem de fora. É o verde que espreita pelas janelas retangulares longas: de um lado, as árvores do jardim do Príncipe Real, do outro a vegetação do terraço interior. Em dia de calor, é este o espaço mais requisitado.

Miss Jappa
Miss Japa

Miss Jappa é um restaurante que convida para vir a dois, ainda que à hora do almoço se encontrem pessoas sozinhas. Para além das propostas da carta, há quatro menus disponíveis, de terça a sexta-feira, entre as 12h30 e as 15h00, que fazem uma boa abordagem a alguns pratos. O Menu Bao (10 euros), inspirado no prato de cachaço de porco. Vêm dois bao com carne e é acompanhado de chips de batata doce.

O mesmo acontece com o Menu Ramen (13 euros), que vai buscar raiz ao prato quente de Ramen de espinafres salteados, abóbora, shitaké em pó e ovo. Este menu é precedido de uma entrada de ceviche de mexilhão.

Ou ainda o Menu Sushi Miss Japa (14,50 euros) de 12 peças e com entrada de trio de gyozá de frango, camarão e vegetariano.

Optámos pelo Menu Sushi to Sashimi (18 euros) que abre com Misoshiru com cogumelos shitaké de entrada e depois são servidas 14 peças de sushi mais 6 peças de sashimi, nas variedades de atum, salmão, corvina ou carapau. Uma ardósia, mais uma vez dividida em quadrados, só que neste jogo do galo, vamos eliminando peças. Saboroso, leve e com o salmão encostado à lima a dar-nos a frescura que os dias quentes em Lisboa pedem.

Todos os menus incluem uma bebida.

Miss Japa

Ao balcão, atarefada, encontramos Anna Lins. Um sorriso, em jeito de desculpa, por não ter mãos a medir às ardósias que precisa de completar com peças de sushi. Mas, ainda assim, a simpatia de nos responder a algumas observações. Estranhamos o facto do balcão se encontrar vazio, apesar do restaurante estar composto. “Nem imagina, mesmo com a casa cheia, há quem se ofenda quando sugerimos os lugares ao balcão”. O sítio onde tanto se pode aprender…

Suspende o raciocínio para contar. “Salmão, corvina,… aqui falta o atum”. A experiência com este espaço está a correr muito bem e, até pela localização, “há noites em que é uma loucura ” e é com desalento que admite que acontece perder clientes, pela reduzida capacidade .

Há zonas em que é possível juntar mesas, mas como a própria admite “têm mesmo de ser muito amigos, porque vão ficar bem juntos!”. O ambiente é tranquilo, ouve-se música de fundo e saboreia-se. A carta é feita muito na lógica de partilhar.

Os huramaki são feitos com rolo de papel de arroz em vez de alga. O Maki tempera de caranguejo casca mole tem a particularidade de poder ser servido em modo de rolo (4 peças) ou temaki.

A gulodice faz-nos passar pela carta das sobremesas. Tarte de chocolate, toffee e gelado de gengibre. Delicioso e empilhado, para que a colher apanhe os vários ingredientes.

Já andam novos pratos na cabeça de Anna Lins. “Ainda estão a ser testados” diz-nos a Chefe, apontando lá para depois dos santos populares a entrada na carta.

 

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