A mostra, realizada no âmbito de um intercâmbio entre o MNAA e Museo Civico d’Arte Antica – Palazzo Madama, em Turim, é mais do que uma “outra” exposição de obras barrocas e de artistas italianos, com um cariz particularmente especial para nós, esta exposição permite-nos ter uma ideia de como era a vida e o tipo de obras de arte que se perderam com o Grande Terramoto de 1755, em Lisboa, uma vez que todas as peças expostas são contemporâneas daquele período trágico para os lisboetas, e muitos dos artistas que por aqui passaram eram os mesmos que viveram e trabalharam em Turim.
São cerca de 103 as obras aqui expostas, oriundas dos acervos do Madama, da Galleria Sabauda e de vários outros museus e residências reais italianas, desde pinturas, esculturas, mobiliário, peças de joalharia, peças decorativas, tapeçarias, desenhos, livros, entre outras, que estão distribuídas ao longo de seis núcleos.
“A Corte dos Saboias: Reis e Mecenas (retratados por artistas como Clementina ou Duprà, e Turim, pintada por Bellotto); As Artes em Concerto: Arquitetura, Escultura, Artes Decorativas (obras dos principais responsáveis pela revolução no gosto: o arquiteto Filippo Juvarra, o escultor e ourives Francesco Ladatte, o ebanista Pietro Piffetti); O Teatro (o espetáculo de corte através das obras de Giovanni Michele Graneri ou dos esboços para cenas do Teatro Régio de Turim, pintadas por Crosato e pelos irmãos Galliari); A Pintura (dezenas de pinturas dos artistas chamados a Turim para decorarem as residências reais: Crosato, Nepote, Ricci, Giaquinto, Mura, Rapous, Cignaroli, Beaumont…); Fontes e Modelos (na base desta mudança de gosto estão os modelos que circulavam na Europa, através de gravuras e de livros ilustrados, de Boucher, Germain, Meissonnier…); O Triunfo do Ornamento (o novo gosto contagia todas as disciplinas artísticas, como demonstra uma das peças mais emblemáticas deste núcleo: uma original carruagem de jardim)”.
Cada núcleo tem a missão de mostrar e ilustrar a importância da Casa de Saboia, do esplendor de Turim e de Piemonte no século XVIII e a sua influência na História Política e das Artes, mas também dar a conhecer um pouco, como seria a Lisboa da época, a vida da família real e da corte devido às vivências semelhantes entre as duas cidades.
Entre as várias peças aqui presentes, destaque para “Uma Vista de Turim” da autoria de Bernardo Bellotto, de 1745, mesmo por baixo, cuidadosamente colocada numa vitrine, uma peça do MNAA – a única em toda a mostra, e que é mostrada ao público pela primeira vez nesta exposição – um álbum de teatro.
Na sala seguinte, esculturas, peças decorativas e mais quadros, continuam a exposição. Destaque ainda para um oratório e para uma custódia. Pinturas com temas religiosos, algumas paisagens e alegorias, muito ao gosto da época.
Peças de mobiliário e decorativas ilustram o estilo barroco e o início do rócócó. Livros e desenhos, projetos de arquitetura e teatro completam a exposição, que inclui obras de grandes artistas como o arquitecto Filippo Juvarra, Bernardo Bellotto, Francesco Ladatte, Pietro Piffetti, Crosato, Cignaroli ou Beaumont.
Destaque ainda para a última sala, onde uma tapeçaria, um retrato de família dos Saboia e um carrinho de jardim para criança, se destacam pelas cores, cuidado nos pormenores, riqueza cromática e harmonia.
A exposição é comissariada por Edith Gabrielli e Enrica Pagella, e vai ficar patente ao público no MNAA até dia 28 de setembro, durante o horário normal do museu.
O preço dos bilhetes para a exposição é de 6 euros (10 euros o combinado), jovem, estudante e sénior 3 euros.
Neste sábado, em que se assinala a Noite Europeia dos Museus, entre as 21h00 e a meia-noite, e no domingo – Dia Internacional dos Museus haverá um desconto de 50%.
A comunicação da mostra está a cargo da produtora Everything Is New, que repete assim a parceria estabelecida com a exposição do Prado, também no MNAA.