Já está patente ao público a mostra Coleção Berardo de 1960 à atualidade, com curadoria de Rita Lougares, no Museu Coleção Berardo, em Belém (Lisboa).
Nos anos ’60, o mundo vive o rescaldo da Segunda Guerra Mundial, da qual se tenta recuperar, e a Guerra Fria. A par do imperialismo norte-americano e da influência soviética, surgem novos movimentos artísticos de contracultura — não só contra o capitalismo e o consumismo, mas também contra a cultura soviética — que influenciam as artes visuais.
Esta nova apresentação da coleção inicia-se em obras da década de ’60, com as primeiras experiências minimalistas, baseadas em ideias de despojamento, simplicidade e neutralidade, construídas com materiais industriais. São obras que pressupõem a interação e a perceção do observador, incitando-o a novas experiências. Esta tendência contemporânea — voltando-se para o espaço, incorporando e/ou transformando a obra — é explorada também pelos desdobramentos pós-minimalistas e conceptuais.
Nesta exposição, reserva-se um núcleo para a arte no feminino, destacando-se vários trabalhos de mulheres de diferentes gerações que observaram e criaram arte a partir de aproximações formais distintas e cujas obras valem por si próprias. As suas abordagens contribuem decisivamente para uma consciência crítica, refutando os processos de segregação de género na produção artística.
As últimas salas são dedicadas à pintura e escultura do final do século XX e princípio do século XXI, que renasce da desmaterialização dos anos ‘70. É o retorno ao prazer da pintura que rompe com os limites de recursos que caracterizam aquela década. A pintura passa a ser concebida a partir de novos pressupostos: o grande formato, o uso abusivo das cores, os objetos do quotidiano enquanto suporte pictórico da obra, a gestualidade, o figurativismo e o expressionismo.
Os artistas contemporâneos trabalham agora num mundo globalizado, culturalmente diversificado e tecnologicamente avançado; consequentemente, a sua arte é uma arte diversificada, eclética, que se distingue pela falta de uniformidade, de uma ideologia ou de um ismo.
A exposição está aberta ao público todos os dias, das 10h00 às 19h00 (última entrada às 18h30), com um custo de 5 euros (com descontos). Ao sábado a entrada é gratuita.