O Museu de Arte Popular (MAP), situado à beira rio em Belém (Lisboa), reabre hoje parcialmente com uma exposição temporária documental sobre a identidade, o tema e o trajecto histórico do museu, que remonta a 1948, e ganha agora nova vida para albergar a arte popular do país.
Na exposição podem ser vistos figurinos do Teatro Povo (emprestados pelo Museu do Teatro), imagens da Exposição do Mundo Português (cedidas pela RTP), um filme vindo da Cinemateca sobre a aldeia de Monsanto, que em 1938 ganhou o concurso de aldeia mais portuguesa de Portugal, e o “Galo de Prata”, o troféu desse mesmo concurso. Além de muitas miniaturas – dos trajes tradicionais portugueses, do nosso artesanato, dos objectos ligados à agricultura e à pesca – a exposição conta ainda com com a presença de um enorme Lenço de Namorados, concebido pela artista plástica Joana Vasconcelos e bordado por vários famosos e anónimos, que é um dos símbolos da controversa história deste museu.
Organizada cronologicamente, esta exposição de autoquestionamento inclui núcleos dedicados ao Centro Regional da Exposição do Mundo Português e também ao plano estratégico do museu e tem como objectivo dar a conhecer como foi pensado este museu, como se enquadrou na sua época, como entrou em decadência e como se está a trabalhar para que volte a ser um ponto de referência.
Inaugurado em 1948, oito anos após a Exposição do Mundo Português, para a qual o edifício foi criado, o MAP possui um acervo que ascende a cerca de 15 mil peças de actividades artesanais populares, desde cerâmica, brinquedos e cestaria. No entanto, foi necessário um movimento cívico, uma petição com quase cinco mil assinaturas e um lenço bordado por manifestantes para que o governo voltasse atrás na decisão de construir no local um moderno Museu da Língua Portuguesa e anunciasse, há um ano, a reabertura do MAP. No Dia Internacional dos Museus, o MAP mostrou-se tal como estava em limpezas, vazio mas com um edifício que tem muitas histórias para contar. De então para cá, recebeu algumas festas (uma das estratégias do Instituto dos Museus e da Conservação para rentabilizar os seus espaços) e a equipa dirigida pela arquitecta Andreia Galvão continuou o seu trabalho. É altura de mais uma inauguração, embora parcial.
A exposição, que inaugura hoje, dia 13, vai estar patente até 30 de Maio e pode ser visitada de quarta a segunda-feira, das 10h00 às 18h00. No entanto, nos dias 25 de Dezembro e 1 de Janeiro vai estar encerrada.
Texto por Cristina Alves