O Museu do Oriente, em Lisboa, recebe o Heritales – Festival Iinternacional de Cinema Do Património, no dia 26 de abril, pelas 18h00, com a exibição de três documentários, seguida de uma conversa com os realizadores e comissários do festival. Ritos, encontros e celebrações por culturas sustentáveis é o enfoque desta edição.
O Festival procura divulgar narrativas de natureza fílmica e gráfica relacionadas com o património cultural, material e imaterial, sempre incluindo o tema da sustentabilidade, um dos 17 objetivos presente na agenda 2030 da UNESCO para o desenvolvimento sustentável. Das muitas formas de difundir cultura, Heritales faz uma aproximação interdisciplinar e apoia-se na Sétima Arte para recuperar o valor patrimonial da comunidade.
HINDU EU (2018), de Gabriel Margarido Pais (Portugal) é um documentário que explora a realidade e o espaço de convívio da comunidade hindu lisboeta no Templo Radha Krishna, em Telheiras. Com o objetivo de dar a conhecer este espaço de convívio e solidariedade, o filme acompanha um final de tarde típico neste espaço, dividindo-se em três partes: a chegada aos jardins do templo, que transportam qualquer um para um estado de espírito pacífico e de retiro; uma refeição de convívio e aproximação da comunidade; e um ritual de adoração aos deuses que nada fica atrás de uma experiência extrassensorial de partilha de amor e paz.
Gabriel Margarido Pais é um estudante de Cinema da Escola Superior de Teatro e Cinema.
Idioma: hindi, sem legendas
Duração: 10 minutos + debate com o diretor do filme. Apresentação de Nicola Schiavottiello e Maria Zozaya, diretores da Heritales.
THE WAY OF THE SHAMAN DRUMS (2017), de João Meirinhos (Portugal) é
Um documentário que oferece aos espetadores um relato pragmático e realista dos envolvidos na cultura xamã, como as minorias étnicas manchus que vivem na montanha Changbai, na província de Jilin, no nordeste da China. A narrativa centra-se em Guan Yunde, de 70 anos, um promotor da cultura xamânica de Manchu que projetou e construiu tambores de xamã, tendo desenterrado os mistérios do xamanismo.
Para algumas pessoas, o xamanismo é percebido como um mal, mas para os membros das etnias manchu, como Guan Yunde, é simplesmente uma parte ilustre da cultura manchu, que merece ser passada para as gerações futuras.
João Meirinhos é um cineasta etnográfico e investigador que usa as ferramentas audiovisuais para promover o intercâmbio cultural e mediar o diálogo entre as pessoas. Um mestrado em Antropologia Visual, na Universidade de Manchester, levou-o a realizar trabalho de campo na Amazónia peruana, que culminou no documentário “O Espelho do Espírito” (a primeira parte “Afluentes” foi muito bem recebida em festivais etnográficos em todo o mundo). Desde então, tem trabalhado entre o Reino Unido, Hong Kong e Lisboa como freelancer audiovisual.
Idioma: chinês, com legendas em Chinês/Inglês/Português
Duração: 12 minutos + debate com o diretor do filme. Apresentação de Nicola Schiavottiello e Maria Zozaya, diretores da Heritales.
AABUA PAIKA KABU BAGEYA (2016), de Sneha Mundari (Índia) é um documentário sobre uma forma de dança de artes marciais que, mais do que mero entretenimento, tem um significado social, pois comemora e preserva ocorrências históricas, luta e triunfo da comunidade Munda. O filme traduz o esforço e empenho da realizadora indiana em retratar as vidas, cultura e tradição da sua comunidade, através de histórias, canções e entrevistas de Pandeya Munda que dançam esta forma de dança folclórica há mais de 25 anos.
Sneha Mundari é licenciada em Comunicação em Cinema e Vídeo, pelo Instituto Nacional de Design, Ahmedabad. Pertence à comunidade de Munda e é de Rourkela, Odisha.
Idioma do filme: hindi, com legendas em Inglês
Duração: 26 minutos + debate com a diretora do filme. Apresentação de Nicola Schiavottiello e Maria Zozaya, diretores da Heritales.
A entrada é gratuita, mediante levantamento de bilhete no próprio dia da exibição.