“Agora é que é ! …” diz uma feliz e satisfeita Silvana Bessone – Diretora do Museu Nacional dos Coches (MNC) ao C&H, à margem da inauguração oficial do projecto de museografia do Museu.
Depois de encerrado a 26 de abril para instalar finalmente os conteúdos museográficos, o novo edifício do MNC, planeado pelo arquitecto brasileiro Paulo Mendes Da Rocha em consórcio com o atelier de Ricardo Bak-Gordon e do arquitecto de Nuno Sampaio – responsável pela Museografia, reabre hoje ao público 2 anos depois da sua inauguração e 112 anos depois da sua fundação pela Rainha Dona Amélia de Orléans.
Entre as novidades que agora aguardam os visitantes, podem-se ver barreiras de segurança à volta das peças, tal como uma moldura à volta de uma pintura, com a respectiva informação (mas sem perturbar a observação das carruagens); 8 postos de ecrãs táteis e interativos instalados nas barreiras a uma altura que permite às crianças acederem, onde é possível saber um pouco mais sobre o coche e sobre a época em que foi utilizado; legendas em português, inglês, francês e castelhano; 16 postos informativos sobre a colecção e as peças; e duas projecções de grande formato: uma na ala sul dedicada ao Barroco e outra na ala norte dedicada ao século XIX; e ainda música de época de fundo.
São estes “pequenos” elementos que dão agora uma nova vida aos cerca de 76 coches aqui expostos, e que até agora se encontravam quase que podemos dizer um pouco tristes e apagadas. O som, a luz, as projecções nas paredes dão vida e alma à sala de exposições permanente, onde até agora só se viam paredes brancas, e peças quase que depositadas.
Agora, com a ajuda destes novos elementos, e com as 16 vitrinas encostadas à parede ocupadas e devidamente legendadas, onde são exibidos artefactos que enquadram cada grupo de coches, já se conta uma história. A história dos coches, a história da evolução dos transportes em Portugal, a história da monarquia, ou outra história que se quiser contar, mas uma História, onde não falta nenhum dos elementos necessários para a contar e até mostrar.
E depois da museografia instalada, a equipa do Museu pode voltar ao trabalho habitual e dedicar-se a preparar a próxima exposição temporária, que vai ser dedicada à “Partida da Família Real Para o Brasil”, segundo revelou a Diretora Silvana Bessone ao C&H.
A terceira fase do projecto, que é a construção da ponte pedonal que liga o Museu e a Junqueira ao outro lado da linha do comboio, onde se encontra o rio, a Estação Fluvial de Belém e a Central Tejo/ MAAT, foi agora iniciada e está prevista a sua conclusão em 300 dias, com a inauguração a acontecer em maio de 2018, adiantou ainda ao C&H Silvana Bessone.
Só em 2016 o Museu Nacional dos Coches recebeu 592 mil visitantes, e no primeiro trimestre de 2017 vai já com 150 mil visitantes registados, mantendo o estatuto de um dos museus mais visitados do nosso país.
O Museu pode ser visitado das 10h00 às 18h00, de terça-feira a domingo, e os bilhetes para o Museu dos Coches podem ser adquiridos em qualquer um dos dois edifícios, havendo várias modalidades: só para o edifício novo 8 euros, combinado para o edifício novo e antigo -Picadeiro Real – 10 euros; só para o antigo Picadeiro Real – 4 euros.
Hoje e amanhã o museu pode ser visitado gratuitamente, e no dia 23, data em que se assinalam os 112 anos da inauguração do Museu dos Coches Reais (23-05-1905), tem lugar às 15h00, no edifício novo, um concerto pela Banda de Música do Regimento de Sapadores Bombeiros-Lisboa.