O Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, acolhe a partir do próximo dia 19, a mostra Aguarelas Para A Rainha, na Sala dos Passos Perdidos.
A exposição apresenta um conjunto de aguarelas que integravam um álbum de vistas de Düsseldorf, pintadas por artistas locais, a pedido da cidade, para oferecer à princesa alemã, por ocasião do casamento com o rei português – D.Pedro V, recentemente restaurada pela Fundação Casa Bragança, e integra atualmente o acervo do Museu-Biblioteca do Paço Ducal de Vila Viçosa.
Eram, originalmente, vinte e cinco aguarelas guardadas numa bela caixa-estojo. Cada aguarela foi executada por um dos principais pintores que trabalhavam na cidade. Mostram diferentes locais, tanto no centro de Düsseldorf como nas cercanias. Há também festividades e representações da vida social dos habitantes da cidade, além de outras mais pessoais, alusivas ao casamento da princesa.
O álbum destinava-se a que a futura rainha de Portugal pudesse conservar na memória os anos felizes vividos na cidade.
Dona Estefânia, rainha de Portugal entre 1858 e 1859, foi uma princesa originária da casa de Hohenzollern-Sigmaringen, que deixou Düsseldorf para casar com o soberano português, o rei D. Pedro V.
Nascida em Sigmaringen, no Castelo de Krauchenwies, a 15 de julho de 1837, D. Estefânia era a filha mais velha de Karl Anton, príncipe de Hollegozern-Sigmaringen, e da princesa Josefina de Baden. Em 1848, o pai abdicou dos seus direitos ao principado. Em 1852, foi nomeado tenente-general do exército prussiano e comandante da divisão do Reno, indo residir com a família para Düsseldorf e habitando o Palácio de Jägerhof. A 15 de dezembro de 1857, a princesa foi pedida oficialmente em casamento, com grandes festejos públicos na cidade. Em fevereiro de 1858, partiu para Berlim onde se celebrou o casamento por procuração, a 29 de abril, na Catedral de Santa Hedviges. Partiu para Lisboa a 3 de maio e nunca mais regressou a Düsseldorf.
Era conhecida por levar a esperança a muitos portugueses, sempre disposta a ajudar os mais pobres e desfavorecidos. Juntamente com o marido D. Pedro, fundaram diversos hospitais e instituições de caridade. Quando adoeceu, deixou um único pedido, que passava pela construção de um novo e moderno hospital, que prestasse assistência às crianças pobres. D. Pedro cumpriu o último desejo de sua mulher, criando o Hospital de Dona Estefânia.
Aguarelas para a Rainha estará no MNAA, patente ao público de 20 outubro a 31 dezembro 2022, e pode ser visitada de terça a domingo, das 10h00 às 18h00. Os bilhetes podem ser adquiridos no local e custam 6 euros.