Reportagem de Alexandra Gil (Texto e Fotos)
O espaço correspondente à nave da igreja primitiva do Convento da Madre de Deus destaca-se pelos painéis de temática franciscana, provenientes do Convento de Sant’Ana, em Lisboa, da autoria de Manuel dos Santos, um dos mais sonantes nomes do Ciclo dos Mestres (1690-1725), período áureo da azulejaria portuguesa.
O trabalho de restauro, patrocinado pela Fundação Millennium BCP, inclui teto, janelas, paredes, pavimento e revestimentos azulejares, tendo ainda o museu aproveitado as obras para uma campanha arqueológica, que considerou “fundamental para perceber as várias etapas construtivas a que o espaço esteve sujeito, desde a sua fundação no início do século XVI”.
Jorge Barreto, secretário de Estado da Cultura, aproveitou a ocasião para anunciar a candidatura do azulejo português a Património da Humanidade da UNESCO. O processo será preparado pela Direção-Geral do Património Cultural em parceria com o Laboratório Nacional de Engenharia Civil e a Comissão Nacional da UNESCO/Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Recorde-se que o Museu Nacional do Azulejo está instalado no antigo Convento da Madre de Deus, fundado pela rainha D. Leonor em 1509. Os espaços deste estão, aliás, integrados no circuito de visita do museu. Já o acervo museológico, esse abrange um período entre os séculos XV e início do XIX, tendo vindo a ser enriquecido com novas peças que estabelecem um percurso entre a azulejaria da segunda metade de 1400 e a produção contemporânea.
O Museu Nacional do Azulejo está aberto de terça-feira a domingo, das 10h00 às 18h00, e os bilhetes custam 5 euros.