Este ano, o Museu da Marioneta propõe um novo Ciclo de Robertos, com mais uma maratona com todos os bonecreiros, e espetáculos na Estação de Metro de Lisboa, que se associam assim à grande comemoração do Teatro de Robertos, já no próximo dia 21 de março, para celebrar o Dia Mundial da Marioneta, na Estação de Metro da Baixa-Chiado, às 17h00, com o apoio do Metropolitano de Lisboa.
Em Portugal chamam-se Robertos aos fantoches de luva e Roberto é também o protagonista da maioria das suas estórias. Até meados do século XX, era comum encontrarem-se robertos e as suas coloridas barracas nas ruas, praças, jardins e praias de todo o país. De carácter essencialmente popular, o repertório do teatro de robertos era composto por textos de tradição oral, de sabor popular, com direito a muito improviso. Novos e velhos, crianças e adultos, assomavam aos primeiros sons agudos da palheta, prontos a deliciarem-se com os episódios cómicos que aqueles bonecos protagonizavam com ritmo e destreza.
No final do século, esta forma teatral estava quase esquecida. Foi João Paulo Seara Cardoso, do Teatro de Marionetas do Porto, que primeiro percebeu a necessidade de preservar os Robertos, aprendendo a arte com o marionetista António Dias, ainda em atividade nos anos 80.
Hoje, em Portugal, há de novo uma família de bonecreiros que percorre o país com os seus ‘atores de palmo e meio’, as suas guaritas e a sempre característica voz de palheta.
Para preservar a arte, o Museu da Marioneta propôs a inclusão do Teatro Dom Roberto no Inventário Cultural do Património Cultural Imaterial Nacional. Importa não só preservar as marionetas e as estruturas físicas que lhe estão associadas, mas também todo o saber-fazer que os marionetistas podem transmitir: o ritmo de representação e de manipulação, com os seus truques específicos, a utilização da palheta, o modo de interação com o público. É também com este objetivo de divulgação e salvaguarda que o Museu da Marioneta apresenta regularmente espetáculos de Robertos.