A história começa numa manhã de 1945, com um rapaz a ser conduzido pelo pai a um lugar misterioso, oculto no coração da cidade velha: O Cemitério dos Livros Esquecidos. “Daniel, não podes contar a ninguém aquilo que vais ver hoje…”, diz-lhe o pai. Até aí tudo bem, não fosse o rapaz ter encontrado um livro maldito que muda o rumo da sua vida e o arrasta – a ele e a nós – para um labirinto de intrigas e segredos enterrados na alma obscura de Barcelona.
Juntando as técnicas do relato de intriga e suspense, o romance histórico e a comédia de costumes, A Sombra do Vento é sobretudo uma trágica história de amor cujo eco se projecta através do tempo.
A história tem tudo: mistério, morte, polícia, perseguição, sexo, amizade e política. Carlos Ruiz Zafrón consegue agarrar o leitor desde o primeiro instante e, nas últimas páginas, confrontamo-nos com o drama de querer chegar ao fim e, ao mesmo tempo, querer fazer render o livro. É, para mim, um livro a não esquecer.
A Sombra do Vento, de Carlos Ruiz Zafón, edição Publicações Dom Quixote.
Por Cristina Alves – Jornalista Canela & Hortelã