Home Manchete O Centenário Acaba Aqui Marca Programação 2021/2022 Do Teatro Nacional S. João

O Centenário Acaba Aqui Marca Programação 2021/2022 Do Teatro Nacional S. João

A temporada setembro 2021/março 2022 do Teatro Nacional São João (TNSJ) foi apresentada ontem, 9 de setembro, numa sessão de apresentação a cargo de Pedro Sobrado, presidente, e Nuno Cardoso, diretor artístico.

A marcar esta nova temporada o fim da operação centenário do TNSJ, tanto a nível de programação da efeméride, como da reabilitação do edifício do teatro, encerrado desde janeiro 2021, pelo confinamento e pelas obras de requalificação.

Sob o mote “O Centenário Acaba Aqui”, o TNSJ volta a abrir as suas portas no dia 22 de outubro. O fim de semana de abertura, de 22 a 24 de outubro, conta com uma série de iniciativas, desde a exposição 10 Atos 100 anos, que elege dez momentos marcantes do TNSJ e poderá ser visitada até ao próximo dia 27 de março de 2022; o colóquio internacional “Teatros Nacionais: Missões, Tensões, Transformações” que contará com com a presença de figuras como Marvin Carlson, teatrólogo e historiador norte-americano, ou da ensaísta polaca Elzbieta Matynia, fundadora e dirigente do Transregional Center for Democratic Studies; a estreia absoluta de Lear e ainda visitas guiadas.

Pedro Sobrado, presidente do TNSJ, referiu ainda os “Cadernos do Centenário”, com a produção gráfica de Desenho de Luz, por António Jorge Gonçalves, em residência artística no TNSJ aquando do primeiro confinamento; Identidade Reescrita, um olhar alternativo sobre o último ano e ainda uma antologia dos 100 melhores textos encomendados pelo TNSJ. Nota ainda para o programa de cooperação com Cabo Verde, que resulta no envio de equipamentos, integração de atores cabo-verdianos nas produções e formação em Cabo Verde.

Das várias parcerias ativas do TNSJ, Pedro Sobrado, destacou “Volta ao Palco em 80 Horas”, com o teatro a assumir a responsabilidade de uma cadeira optativa para todos os estudantes da Universidade do Porto, ministrada no São João.

Por fim, para além da renovação mecenática com o BPI Fundacion la Caixa, a Bial associa-se agora ao corpo mecenático da instituição.

Nuno Cardoso apresentou a (extensa) programação do TNSJ, abordando-a, não apenas cronologicamente, mas encarando-a como um atlas – onde os caminhos se entrecruzam e abrem novos mundos, ou classificando-a tematicamente, da identidade à família, do género à sustentabilidade, entre outros temas.

Sendo o TNSJ, um teatro de produção, o destaque vai para as produções e coproduções, numa temporada em que o teatro apresenta nove estreias absolutas, entre as quais duas produções próprias e uma estreia nacional e ainda 14 coproduções.

O Teatro Carlos Alberto (TeCA) acolhe, entre os dias 18 e 21 de setembro, a sexta edição do MEXE – Encontro Internacional de Arte e Comunidade e o espetáculo Paisajes Para No Colorear, da companhia chilena La Re-Sentida.

O Mosteiro de São Bento da Vitória recebe, de 29 de setembro a 10 de outubro, o espetáculo Tartufo, uma coprodução que une o Teatro da Garagem ao São João, com dramaturgia e encenação de Carlos J. Pessoa.

No âmbito do Festival Internacional de Marionetas do Porto (FIMP), o TNSJ acolhe três espetáculos, com destaque para a estreia de O Julgamento de Ubu, com dramaturgia e encenação de Nuno M Cardoso, em cena no TeCA de 7 a 16 de outubro e Big Bears Cry Too, nos dias 23 e 24 de outubro, também no TeCA.

A estreia de Lear, de Shakespeare, levada a cena por Nuno Cardoso, acontece num São João renovado, no dia 22 de outubro.

Escrita no início do século XVII, a obra de Shakespeare foi apresentada pela primeira vez em 1606, perante a corte do rei Jaime I de Inglaterra. Desde então, a peça tem sido revisitada pelos mais conceituados teatros internacionais, juntando-se agora ao vasto leque de produções próprias do São João.

De 11 a 21 de novembro, o TeCA apresenta, em estreia, o espetáculo O Pecado de João Agonia, de Bernardo Santareno, com encenação de João Cardoso, uma coprodução da companhia ASSéDIO e TNSJ.

O Pecado de João Agonia (1961) centra-se na “desobediência dos dogmas”, proposta por Santareno, sem esquecer a oposição a um sistema opressivo e as questões de natureza religiosa que faziam estremecer o regime político.

De 1 a 4 de dezembro, o TECA acolhe Porque é Infinito, texto de Joana Craveiro, com direção artística de Victor Hugo Pontes.

Entre 9 e 19 de dezembro, regressa ao palco do TNSJ, o espetáculo À Espera de Godot, de Samuel Beckett, encenado por Gábor Tompa, peça que estreou a 7 de março, em formato live streaming.

O Começo Perdido: Mixtape #1, com texto e encenação de Pedro Martins Beja, baseado na dramaturgia de Florian Hirsch, sobe ao palco do TeCA, entre 16 e 19 de dezembro.

De 7 a 22 de janeiro de 2022, O Balcão, de Jean Genet, regressa ao palco do TNSJ, com tradução de Regina Guimarães e encenação de Nuno Cardoso.

A segunda produção do TNSJ, Floresta de Enganos, inspirada na última comédia de Gil Vicente, sobe ao palco, de 16 de março a 3 de abril, pelas mãos do encenador João Pedro Vaz.

Nota ainda para a estreia de Menina Júlia, com encenação de Renata Portas, em cena de 9 a 19 de fevereiro, uma coprodução TNSJ / companhia Público Reservado e A Estética da Resistência, que tem como base o romance de Peter Weiss, conta com texto de Rui Pina Coelho e encenação de Gonçalo Amorim, numa produção do Teatro Experimental do Porto, em cena de 30 de março a 10 de abril, ambos no TeCA.

A segunda produção do TNSJ, Floresta de Enganos, inspirada na última comédia de Gil Vicente, sobe ao palco, de 16 de março a 3 de abril, pelas mãos do encenador João Pedro Vaz.

Nota ainda para a estreia de Menina Júlia, com encenação de Renata Portas, em cena de 9 a 19 de fevereiro, uma coprodução TNSJ / companhia Público Reservado e A Estética da Resistência, que tem como base o romance de Peter Weiss, conta com texto de Rui Pina Coelho e encenação de Gonçalo Amorim, numa produção do Teatro Experimental do Porto, em cena de 30 de março a 10 de abril, ambos no TeCA.

De 17 a 20 de fevereiro, Pais & Filhos, com texto e encenação de Pedro Penim, sobe ao palco do São João.

O romance homónimo, magnum opus de Ivan Turguéniev, serve de ponto de partida para uma adaptação contemporânea, baseada no processo pessoal do encenador, que decidiu ter um filho por via do processo de gestação por substituição.

O TeCA acolhe, de 2 a 6 de março, o espetáculo Monólogo de uma mulher chamada Maria com a sua patroa, de Sara Barros Leitão.

A programação do Teatro Nacional São João completa-se com música, literatura, oficinas, digressões e clubes de teatro para todas as idades.

Nas palavras de Nuno Cardoso, este é o «tempo da palavra! O Teatro é um enorme caso prático sobre a vida. Como o sal, invisível (nem tanto) e essencial. Este é o nosso trabalho!»

Este é o tempo de «tranquilamente voltar a abrir portas».

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