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O Misantropo: Azedume E Riso Num Clássico Reinventado

Reportagem de Elsa Furtado (Texto) e Tânia Fernandes (Fotos)

Misantropo é alguém que tem aversão aos seres humanos e não gosta da convivência social, não é comunicativo ou sociável.

Esta é a descrição para Misantropo – o protagonista de uma peça de Molière, escrita no século XVIII, caracterizada pela ironia e sátira social, e também o nome da peça que sobe agora a cena no Teatro Tivoli, em Lisboa.

Mas que tem esta peça de tão especial? É que esta peça é uma peça dentro de outra peça, ou seja, o espetador que se dirigir ao Teatro Tivoli não vai assistir ao Misantropo de Molière, mas sim ao Misantropo de Hugo Van der Ding e Martim Sousa Tavares.

Durante 90 minutos vamos acompanhar um companhia de atores amadores, da Lisboa oitocentista, que ensaiam a peça de Molière, para a apresentarem perante o Rei D. João V e a Rainha Dona Maria Ana da Áustrias, e restante corte.

Mas esta companhia, do empresário Diniz Mateus – interpretado por Manuel Coelho, tem apenas 1 ator a sério no elenco, todos os outros são fingidores, detentores de segundas intenções e segredos.

O Misantropo
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O destaque vai para os dois irmãos Ana e João, que se querem vingar dos reis, que os expulsaram em crianças do palácio, e tentam manipular e controlar todos os outros à sua volta, desde um conde e um marquês, à filha do empresário, e uma dama de comportamentos peculiares, para além do empresário, resultando em vários momentos de humor e sátira, cruzando e confundindo a “realidade” com a “peça”.

Que feliz acaso vos trouxe a este lugar?

Marcam esta peça o humor acutilante dos seus autores, que a tornam especial e única, como por exemplo num momento interpretado pelo ator Manuel Moreira, que nos leva numa viagem musical até aos nossos dias, ou numa cena interpretada por Manuel Coelho, de evocação de grandes atores do teatro nacional, entre outros.

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Uma peça divertida, bem disposta, repleta de grandes interpretações, ao melhor estilo do teatro clássico mas ao mesmo tempo atual.

Misantropo conta com encenação de Mónica Garnel, e as interpretações de Ana Guiomar, Inês Vaz, Joana Bernardo, João Vicente, José Neves, Manuel Coelho, Manuel Moreira, e Mário Coelho.

A música original é da autoria de Vitória, e conta com Débora Bessa na flauta de bisel, Kristina Van de Sand no violino e na viola, e ainda Margarida Campelo no cravo, piano, synths e voz.

A peça está classificada para maiores de 14 anos, as sessões têm 90 minutos de duração (sem intervalo) e estão marcadas para às 21h00, e domingo às 16h00, até 28 de novembro. Os bilhetes podem ser adquiridos no local e online, e custam entre 10 e 22 euros.

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