O Museu Calouste Gulbenkian tem atualmente patente ao público a mostra Sarah Affonso e a Arte Popular do Minho, para comemorar os 120 anos do nascimento de Sarah Affonso (1899-1983), pintora modernista, recordada sobretudo como a mulher de Almada Negreiros, com uma obra pouco conhecida e raramente exposta.
Com curadoria de Ana Vasconcelos, a exposição reúne obras de pintura, desenho, bordado e cerâmica, inspiradas na iconografia popular do Minho, região que marcou fortemente a artista desde a infância e adolescência em Viana do Castelo, entre 1904 e 1915.
Apesar do retrato ter sido muito importante no início da carreira de Sarah Affonso, são as suas composições inspiradas na iconografia do Minho, no artesanato, mas também nas procissões, feiras e romarias, que constituem o conjunto de pinturas mais conhecido da sua obra, realizado a partir de 1936 e exposto com muito sucesso em 1939.
Diversos aspetos do vernáculo minhoto incorporam os seus trabalhos, embora filtrados por um olhar urbano e por uma extensa aprendizagem artística. Sarah Affonso decide interromper a sua carreira como pintora a partir destes anos, mantendo atividade artística noutros suportes.
Nesta exposição, as obras de Sarah Affonso serão mostradas ao lado de objetos de cerâmica, têxteis ou ourivesaria, que formam parte do léxico visual que a inspirou e onde se incluem empréstimos de diversos museus e colecionadores portugueses.
O Museu Calouste Gulbenkian associa-se ao Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado, que também assinala este aniversário com uma exposição sobre a artista, a inaugurar em setembro deste ano.
A exposição pode ser visitada até ao dia 7 de outubro, na galeria do piso inferior da Coleção do Fundador, entre as 10h00 e as 18h00, de quarta-feira a segunda-feira, e tem entrada livre.