Nas noites de 23 e 24 de Setembro, Alfama voltou a ser mais uma vez um mega recinto alfacinha, para acolher a quarta edição do Festival Caixa Alfama.
Além do palco Caixa, desta vez montado de costas para o Tejo mas virado de frente para o bairro, o Cheiro e os sons do fado fizeram-se espalhar em espaços especiais do bairro de Alfama, como sejam o Altar da Igreja de São Miguel, o adro da Igreja de Santo Estevão e outros palcos como o auditório e o restaurante do Museu do Fado, Palco casa Ermelinda Freitas no Largo das Alcaçarias, Palco Caixa Futuro na Sociedade Boa União, Palco Tofa no Grupo Sportivo Adicense, Palco do Centro Cultural Dr. Magalhães Lima e Clube Lusitano.
Um cartaz composto por fadistas e instrumentistas de todas as gerações e consagrações. Houve fado inesperado na rua da Regueira com talentos menos conhecidos. Houve talentos reconhecidos um pouco por todos os espaços. Não é possível nomear todos os artistas, tal como não seria possível assistir a todas as atuações. Teve que se fazer escolhas, acelerar o passo a calcorrear o bairro – escadinha acima, viela abaixo – e torcer para que os espaços escolhidos não lotassem.
O Palco Caixa voltou a ser o espaço maior e foi lá que o festival encerrou cada noite. Na primeira noite, com Carminho depois de Ricardo Ribeiro e Gisela João. “Hoje não pode haver rivalidades de bairros. Toda a gente sabe que Alfama é a maior!” – brincou Carminho. Na última noite um tributo a Dona Beatriz da Conceição com Filipa Cardoso na abertura e Raquel Tavares no fecho da edição. “Eu volto. Eu moro aqui!” – brincou, na despedida.
Maria da Fé foi, pelo menos duas vezes, homenageada pelo contributo à canção nacional e pelo papel relevante que tem tido no desenvolvimento das novas revelações do Fado: por Marina Mota no Centro Cultural Dr. Magalhães Lima na primeira noite e por Raquel Tavares na última. “Este fado é de uma senhora que me conhece há pelo menos 44 anos”- disse Marina Mota apontando para Maria da Fé sentada na plateia. Já Raquel Tavares homenageou a querida senhora dona Maria da Fé com a “Senhora do livramento”.
E o fado aconteceu nas ruas e nos espaços do Bairro. Cidália Moreira no adro da Igreja, António Pinto Basto na esplanada do Museu do Fado, o jovem Kiko no auditório do Museu, “Fado Nação” com Maria da Nazaré e Carlos Passão na esplanada do Museu do Fado, Maria Ana Bobone na Igreja de S. Miguel, Marco Rodrigues e Aldina Duarte no Centro Cultural Dr. Magalhães Correia. Muitos espaços foram pequenos para a afluência. A outros não foi possível chegar.
Este festival é definitivamente especial. Disse Carminho que, “o pai lhe terá dito que não é fadista só quem canta ou quem toca; É também quem ouve”.
Por isso, Silêncio, que o Festival há-de voltar! E a organização já prometeu nova edição em 2017.