O Sol da Caparica abriu portas esta quinta-feira. Léo Santana celebrou o Carnaval brasileiro no verão da Caparica. Do outro lado do Atlântico veio também um dos principais projetos do rap brasileiro: Poesia Acústica. Carolina Deslandes, Paulo Gonzo e Dillaz foram as estrelas nacionais.
A organização prometeu melhorias no espaço e encontrámos, de facto um recinto mais organizado, com novos espaços. Destaque especial para um novo palco sempre com muito ritmo e batida, animado, neste primeiro dia, por Sertanejinho. A rodear o Palco LS & Republicano os visitantes encontram muitas sugestões gastronómicas do Brasil.
Carolina Deslandes
Uma multidão recebeu Carolina Deslandes, no palco principal, na abertura da 8ª edição deste festival. Foi um concerto particularmente emotivo, que marcou o regresso da cantora ao palco depois do grave acidente, esta semana, em que a sua equipa esteve envolvida.
Abriu com “Vai Lá”, do novo álbum Caos e foi falando muito com o publico ao longo de todo o concerto. Umas vezes para apresentar as suas músicas, outras para dizer o que lhe vai no coração.
“Eu venho aqui dar tudo o que tenho aqui dentro” referiu logo no início do concerto. O público seguiu-a com devoção em “Não me Importo” que terminou com toda a gente de braços no ar, surpreendida com a incursão em “Ready or Not”, dos Fugees.
Seguiu-se “Paz” também do novo disco e o desabafo “Não sei como vou conseguir cantar hoje”.
Se pela força que o público lhe deu, se foi pelo seu profissionalismo, o certo é que todos se renderam à artista que ainda lhes trouxe “Avião de Papel”, “Adeus Amor Adeus” e “A Vida Toda”. Neste último, acabou mesmo por descer ao fosso para cantar junto do público.
Um tema, como referiu, que lhe mudou completamente a vida. Acrescentou ainda que “o amor tem várias formas”. Reforçou ainda que “É a única coisa que verdadeiramente interessa!”.
Foi ainda buscar a sua versão de “Saia da Carolina” e fechou com “Mountains”. Depois, toda a equipa se juntou num emotivo abraço que deixou a cantora em lágrimas.
Paulo Gonzo
A pisar palcos desde os anos 70, como co-fundador, compositor e vocalista do grupo Go Graal Blues Band, Paulo Gonzo une pessoas de todas as idades. Conduz um registo músical intemporal.
Com uma carreira que se estende por décadas, Gonzo conquistou um lugar de destaque no panorama musical de Portugal. Tem uma presença carismática em palco. Paulo Gonzo tem a capacidade de envolver uma plateia composta por várias gerações.
Abriu com “Fico até Adormeceres”, seguiu para “Falamos depois” e “Brinquedo”. As suas baladas românticas, são sempre pontos altos dos seus concertos. Celebram sentimentos intensos e memórias partilhadas.
Nesta edição ouvimos “Leve Beijo Triste”, “Sei-te de Cor”, “Suspeito” e “Jardins Proibidos”. Como é habitual o artista fez uma enérgica incursão pelo blues, com “Bright Lights”. Fechou com o grande êxito “Quase Tudo”.
Poesia Acústica
Poesia Acústica é uma iniciativa musical brasileira que combina elementos da poesia falada com o rap e a música acústica.
Resulta numa fusão única e cativante de estilos, que fez estreia nacional na edição anterior do festival O Sol da Caparica, com grande sucesso.
Criado pelo grupo Pineapple StormTV, o projeto é uma referência na cena musical contemporânea do Brasil e coleciona seguidores em Portugal.
Reúne em palco, vários rappers e músicos que fazem uma abordagem acústica de temas. Criam assim uma atmosfera intimista e emocional que dá destaque às poesia das letras e às mensagens profundas presentes nas composições.
As músicas do projeto “Poesia Acústica” exploram, muitas vezes questões sociais, emoções humanas, experiências pessoais e reflexões sobre a vida contemporânea. Esta abordagem mais introspetiva diferencia o projeto de outras produções musicais.
O projeto acaba de por na rua a 14ª edição.
Dillaz
Verdadeiro mestre de multidões, Dillaz, conseguiu conduzir um espetáculo com uma excelente resposta do público. Importa ter em conta que atuou entre gigantes brasileiros como Poesia Acústica e Léon Santana. A Caparica mostrou-se conhecedora da poesia lírica de André Chapelas.
Figura proeminente no hip-hop nacional, Dillaz apresentou, n’O Sol da Caparica o seu segundo álbum, lançado em 2022, que se intitula Oitavo Céu.
Com uma sonoridade única que transcende e quebra barreiras o artista conta com a participação do público no seu concerto.
É insistente nos apelos para que o acompanhem.
Trouxe “Clima”, “1100 Cegonhas”, “Protagonista”, “Não sejas agressiva”, “Gravidade” e “Oitavo Céu” entre outras.
Apresentou uma novidade “Colãs”, cujo vídeo estreou este mês no Youtube, com grande sucesso.
Numa versão extensa de “Saudade”, muitos telemóveis subiram ao ar para registar o momento. Dillaz teve o cuidado de se despedir do público e de agradecer a presença de todos.
Nos curtos alinhamentos impostos pelo festival percebe que ainda há tempo para mais um tema e fechou em grande, com o conhecido “Mo Boy”. Aproveitou ainda para descer ao fosso, para cantar com os seus fãs.
Léo Santana
Os cânticos começaram antes da entrada do cantor e já com os restantes musicos em palco: “Leo cadê você, eu vim aqui só pra te ver”.
O público ansiava pela presença do cantor e compositor brasileiro. Também conhecido como “Gigante”, Léo Santana é considerado como um dos mais populares cantores do país. É um dos representante do pagode baiano, género musical que deriva do samba.
Abriu com “Dono da Poha Toda” e anunciou Carnaval na Caparica. Pediu abraços para os amigos, a esposa, a namorada, o marido, todos os que estivessem próximos e espalhou muita animação pelo recinto.
A atmosfera de festa era total e contagiante, com todo o público a dançar com a ajuda de potentes efeitos de pirotecnia, bailarinas dinâmicas e bem coordenadas e uma banda numerosa.
Sem quebrar o ritmo e frenético trouxe “Deboche”.
Pediu ajuda para homenagear “uma das maiores artista de todos os tempos”: Marília Mendonça. O Sol da Caparica cantou “Apaixonadinha” de braços abertos, tal como cantor pediu. O recinto ficou iluminado com as luzes dos telemóveis.
O ritmo mudou de forma drástica depois para o Axê. As bailarinas começaram por exemplificar e todos embalaram no ritmo de “Solinho da Rabeta”.
Seguiram-se intensas declarações de amor: “Portugueses eu amo vocês, Nação brasileira, eu amo vocês” e frases inspiracionais “Acreditem em si próprios”. Fez soar o ritmo baiano com “Santinha” e o inevitável “Rebolation”.
Com Ludmila no ecrã, Léo Santana passou para a percussão. O público não se queria ir embora e a festa continuou com “Invocada”. “Posturado e Calmo” do álbum Vem Deslizando, Vai, lançado em maio de 2023 foi a última dança da noite.
Sexta-feira – O Sol da Caparica
As portas volta a abrir esta sexta-feira. Atuam, no Sol da Caparica, dia 18 de agosto. Atuam Bispo, José Cid, MC Pedrinho, T-Rex, Valete, Wet Bed Gang, África Negra, Ferro Gaita, Stewart Sukuma, Tabanka Djaz, Yola Semedo, Leo2745, Mafia 73, Rich&Mendes, Tributo Marília Mendonça, Xtinto, Jazzy, Jel, João Pedro Pereira, Manuel Rosa, Vitor Sá, Jazzy Dance Studios & Érika Boaventura, Chá de Funk e Porbatuka.
O bilhete diário custa 26 euros.